Complexo de Israel ( Morro)

Capítulo 63

Eu sentei em um sofá grande e Amanda sentou em um menor, ela tirou da bolsa um bloco de notas e uma caneta e começou...

— Então Maria Júlia, Lyon me disse que você passou por uma situação traumática e por conta disso anda tendo crises de pânico, pode me falar mais sobre isso?

Fico pensando se devo ou não me abrir com ela, sei que tem alguma coisa errada, Lyon conhece ela não é de agora e isso não saí da minha cabeça, resolvo contar já que não vou falar da minha vida pessoal com ele.

— Eu fui sequestrada por um inimigo do Lyon e quase fui violentada, depois disso não tenho conseguido sair de casa.

Começo a contar tudo para ela que fica o tempo todo em silêncio me ouvindo, eu sei como funciona essas seções já que fiz por muito tempo quando perdi meus pais. No final da seção ela diz que volta na próxima semana, pergunto quanto fica a consulta e a mesma diz que Lyon acertará com ela, nos despedimos e ela se vai.

Foi bom colocar pra fora todo aquele sentimento de medo preso, mais ainda sim estava com um pé atrás com ela.

Lyon chega por volta das 23 horas, eu já estava quase dormindo, ele vem me beijar e eu quase que viro o rosto. Não quis me beijar na frente dela e agora quer, qual é a dele? Mas resolvo aceitar o beijo e ficar na minha, não ia arrumar confusão uma hora daquela.

Passo a semana com aquela situação na cabeça, chego até comentar com a Lorena que acha ser coisa da minha cabeça.

— Temos uma surpresa para você. Diz Lyon sorrindo. Lorena, Kadu e Fael estão aqui na casa de Lyon.

— Surpresa pra mim? Pergunto rindo, eu amo surpresa.

Eles estão sorrindo e todos os quatro olham em direção a porta, vejo Marina entrando e minha primeira reação ao vê-la é chorar.

Caminho apressada até ela e lhe dou um abraço demorado e bem apertado, nós duas estamos chorando, fazia mais de um mês que eu não via Marina, nos falamos por telefone mais vê mesmo, não!

— Que bom que você veio me ver. Digo saindo de seu abraço.

— Lógico que vim, se eu não vier você não vai me vê neh!

— Tô trabalhando pra isso acontecer! Digo me referindo as seções de terapia.

— Tô sabendo! E é por isso que estou aqui... Vim te parabenizar, dizer que você é forte e vai conseguir.

Ficamos nós seis conversando ali na sala, pedimos umas pizzas e o papo rolou até altas horas. Eu estava precisando disso, ter meus amigos por perto principalmente agora que ando tão insegura.

O meninos vão pra área da piscina conversar e nós ficamos na sala, Lorena entra no assunto que tanto vem me incomodando.

— Resolveu aquele assunto com o Lyon?

— Que assunto? Pergunta Marina que está por fora de mais esse estresse meu.

— Lyon arrumou uma terapeuta pra mim, até aí tudo bem! Mais o que me incomodou foi ele ter me apresentado a ela só como Majú, não foi como namorada e nem como mulher...

— Ué, mais ele te apresenta como mulher pra geral. Questiona Marina.

— Mais é exatamente isso que me deixou com uma pulga atrás da orelha. Sinto que tem algo por trás disso tudo entendem?

— Da onde ele conhece ela? Marina questiona mais uma vez.

— Ela não sabe! Não conversou com ele ainda e está com isso na cabeça tem uma semana. Lorena diz.

— Majú, conversa com ele. Questiona, não fica com a dúvida. Marina diz.

— Vou conversar com ele gente, só não sei quando. Acho que é coisa da minha cabeça.

— Pode ser, mais mulher dificilmente erra quando sente algo de errado. É sexto sentido entende?

Ficamos conversando até que os meninos voltam para chamar Lôh e Marina e vão embora. Fico sentada no sofá por um tempo pensativa enquanto Lyon organiza a bagunça.

— Tah tudo bem? Ele questiona.

— Tah sim. Minto me levantando do sofá e indo ajudar ele.