Levo um tapa no rosto tão forte que acho que desmaio na hora, por que quando me dou conta já estou dentro de um carro com um capuz preto na cabeça.
Ouço quando um deles diz:
— Quando o chefe souber que você bateu nela ele vai te matar!
— Ela me provocou, você é testemunha! O outro fala.
— Sou testemunha nada, segura seu b.o sozinho, ele deixou bem claro que queria ela inteira!
— E ela está indo inteira ué! O outro questiona.
— Então não precisa ter medo!
Os dois ficam em silêncio e eu finjo está desmaiada ainda, esse filho da puta me bateu e se o chefe dele me queria bem vou fingir está mal só pra ele se foder!
Sinto o carro parar e não demora muito a porta do carro é aberta, sinto os dois saírem e logo a porta de trás é aberta também.
— O que aconteceu com ela? Ouço outro homem perguntar.
— Ela dificultou as coisas então... Ela desmaiou. O babaca não conta a história toda, frouxo.
— Vou ligar pro chefe, vocês resolvem com ele!
Me pegam no colo e me tiram do carro, me levam pra dentro de algum lugar que não consigo vê ainda já que estou de capuz.
Me deitam em uma cama e sinto eles puxando meu capuz, mas continuo fingindo está desmaiada.
— Porra!!! Tenho certeza que o chefe vai te matar, olha o que tú fez com o rosto dela? Um dos caras fala.
Tenho certeza que meu rosto está horrível, tanto pelo espanto dele falar quanto pelo fato de estar sentindo meu rosto latejar, quente e tenho a sensação que está mega inchado. Tampam meu rosto de novo com o capuz e eles vão se afastando de mim conversando.
Algum tempo depois a porta do local onde estou é aberta, sinto a presença de alguém mais o silêncio é eminente, até que um dos que me trouxeram começa...
— Chefe... Ele é interrompido.
— Por que ela está dormindo? Uma foz forte e potente diz.
— Chefe... As coisas saíram do controle... Ele começa mais logo é interrompido.
— O-que- aconteu- com- ela! Ele pergunta entre os dentes, parece bravo.
— Ela falou com o namoradinho pelo telefone antes de pegarmos ela e quando achamos o telefone o otário ameaçou ele chefe, ela provocou dizendo que o namorado ia matar ele e com raiva ele deu um tapa no rosto dela que fez ela desmaiar...
— O que eu disse quando designei vocês a essa missão? A voz dele apesar de firme era calma.
— Chefe... O pior o senhor não viu ainda. O outro disse, ele puxa parte do meu capuz e acho que mostra meu rosto.
Do nada ouço um estrondo, sei que o “chefe” deu um soco no homem que me bateu por que ele resmunga na hora.
— Se você tocar nela de novo eu acabo com você, me ouviu?
— Sim senhor!
— Agora saiam daqui e me esperem lá fora!
Sinto alguém sentar na cama que estou e se aproximar do meu rosto.
— Ele nunca mais tocará em você! Nem ele e nem ninguém... Sinto seu toque em minha pele próximo ao meus seios, me tremo e automaticamente contraio meu corpo.
— O que você quer comigo? Pergunto chorando.
— Primeiro, vou matar seu namoradinho... Ele pegou algo que era meu e ninguém mexe com mata rindo. Então eu estava lidando com o tal mata rindo! — Depois vou ter a mulher dele pra mim e por último a favela dele também será minha!
— Você pode até matar ele, coisa que acho muito difícil... Pode tomar o morro dele.... Mas ter a mulher dele você não vai ter! Digo firme!
— E por que não? Ele é tão calmo que meinha espinha arrepia.
— Por que Lyon não tem mulher! Respondo.
— E você é o que dele? Ele pergunta.
— Sou namorada!
— Então vou ter a namorada dele!!! Ele afirma e posso sentir um ar divertido em sua voz.
— Não terá não! Digo firme.
Permaneci ali o tempo todo de capuz na cabeça, vez ou outra me traziam água e comida mas eu não aceitava nada, eu simplesmente tinha nojo de tudo ali. Eu conseguia ouvir vozes vindo do lado de fora mais não conseguia entender o que eles diziam, até que um deles diz:
— Ele vai vir atrás dela com certeza, assim que ele pintar aqui a gente mata ele!
— Não! Antes de matar ele eu quero vê-lo sofrer... Eu vou ter a mulher dele na frente dele, vou tê-la de todas as formas e posições e no final ele vai implorar para eu atirar na sua cabeça.
Meu coração quase parou e meu desespero foi tão grande que arranquei meu relógio do pulso e comecei a bate-lo na parede, eu não quero mais ser salva por ele, se eu tiver que passar por isso passarei, eu não tenho ninguém mesmo mas ele não merece passar por isso, não merece assistir tal cena.
Choro tanto que acabo dormindo, acordo no susto sentindo alguém me tocar, sento na cama rápido e me encolho no canto da cama.
— Calma princesa, ainda não chegou o momento de te ter em meus braços, mais te garanto que falta pouco.
E foi ele terminar de falar que começamos a ouvir tiros do lado de fora.
— Estava ansioso por esse momento... Ele diz tocando em meu braço. Meu choro é baixo e contido, talvez fosse por que não quisesse que de alguma forma Lyon me ouvisse e entrasse ali, mais eu sabia que as coisas não aconteceriam do jeito que eu queria, Lyon é determinado e nada e nem ninguém faz ele mudar de ideia, ninguém muda Lyon.
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Complexo de Israel ( Morro)
Roman d'amourMaria Júlia García é uma menina de 17 anos que está terminando seu ensino médio, menina tão inteligente que já foi aprovada em duas faculdades para cursar medicina, mas não se enganem achando que a vida dela é fácil, nada na vida de Majú é fácil. De...