Complexo de Israel ( Morro)

Capítulo 14

— Você não sabe o quanto é difícil pra mim permanecer longe de você. Confesso ainda sobre ela.

— Então não fique longe! Ela rebate.

— Eu sei que você odeia que eu fale isso mas você só tem 17 anos e eu quase o dobro.

— Já falamos sobre isso Lyon... Eu não me importo.

Saio de cima dela e percebo o seu olhar de protesto.

— Majú presta atenção... Eu não sou homem pra namorar, casar e ter filhos... Sou cachorro louco entende? Eu nunca vou poder lhe dar o que você merece, eu só sei lhe dar com puta.

— Filhos, casamento isso é muito cedo para conversarmos, todo o resto podemos aprender juntos, basta você querer.

— Esse é o problema Majú, eu não quero, nunca quis esse tipo de coisa, se manter afastada de mim é o melhor para você.

— Não fale por mim Lyon, já passei por muita coisa na vida mesmo sendo tão nova, sei muito bem o que é bom pra mim ou não! Se você não me quer, se não sente nem um tipo de sentimento por mim ok, mas presta bem atenção no que vou dizer... Na hora em que você disser olhando em meus olhos que realmente não me quer e passar pela aquela porta, eu juro pra você que nunca mais vou querer nada com você, vou te deixar em paz. Vou continuar falando com você, continuarei sendo grata a você por salvar a minha vida e você poderá contar comigo sempre, mas esse sentimento aqui dentro. Aponto para o peito. — Eu juro pra você que vou arrancar daqui de qualquer jeito!

Ele ouve tudo me encarando enquanto eu me levanto e ajeito minha roupa, ele se aproxima de mim e me abraça.

— Eu gosto de você Majú, você é especial...

— Mas... Ela pede que eu continue.

— Mas eu não posso! Desculpa.

— Não precisa se desculpar, você está certo, não quero que fique comigo por pena. Vou retocar minha maquiagem, você me deixa na quadra?

— Majú... Tento explicar mas ela me interrompe.

— Esse assunto acabou Lyon, vamos colocar uma pedra em cima dele. Você me dá uma carona ou chamo um moto táxi?

— Claro que te levo!

Ela vai para o quarto e não demora muito está de volta como se nada tivesse acontecido.

O baile foi top, tudo correu como o planejado e por incrível que pareça o clima entre eu e ela não ficou pesado depois da nossa conversa, quer dizer... Pra mim, o clima estava muito estranho por quê não tirava do meu peito aquela sensação de perda, ela estava ali pertinho de mim, rindo, dançando, cantando, conversando mas ao mesmo tempo distante, como se alguma coisa tivesse se rompido entre nós, não sei explicar.

O baile acabou e a semana passou rápida de mais, os problemas começaram a chegar e a irritação começou a me dominar. Recebemos a informação de que a policia vai tentar invadir o complexo, daqui a duas semanas Majú começa na faculdade e ainda não consegui resolver a parada com o tio dela.

Em dizer em Majú nós estamos na mesma, ela fala comigo normal, mas realmente nunca mais tocou no assunto “nós dois”, não demonstra nenhum tipo de sentimento que não seja carinho, amizade e gratidão por mim e isso tem mexido comigo.

Pedi um dos moleques que trabalha comigo para comprar umas paradas aí para ela, vou ter que equipar ela antes dela ir para a faculdade.

— Licença chefe. Fala Marquinho um dos meus vapor.

— Entra aí, trouxe tudo que te pedi?

— Trouxe sim chefe, tá tudo aí.

— Vlw, tah liberado.