💜Capítulo 14💜

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Não estranho ver Namjoon aqui, ele sempre gostou de acompanhar o futebol da escola, mesmo já tendo se formado. Mas o que me surpreende é a minha reação perante a sua presença.

Algumas semanas atrás eu ficaria nervosa e negaria várias vezes, mesmo Mi-suk não tendo dito o nome de ninguém, mas agora, eu apenas fico o encarando sobre a luz do sol e não respondo a nenhuma das duas perguntas.

Acho que ele está esperando uma resposta e minha irmã também, mas o que faço é levantar e dizer que quero beber água, não espero a reação de nenhum dos dois sobre a minha mudança de assunto, só desço as arquibancadas sem olhar para trás.

Meu coração está machucando minha caixa torácica, mas não sei exatamente o motivo, talvez eu ainda esteja um pouco chocada comigo mesma. Eu deveria ter negado a pergunta da minha irmã, mesmo eu gostando de alguém.

Gosto de Namjoon a mais tempo do que consigo lembrar, mas não posso mentir para mim e dizer que foi a presença dele que me fez não falar nada.

Entro na escola e vou caminhando pelo corredor e passo pelo bebedouro, não estou com sede só queria sair um pouco e pensar, mas meus pés vão andando como se tivesse vida própria e quando leio a placa na porta que paro meu coração dá um salto.

EMFERMARIA

Dou leves batidas na porta, mas ele não fala nada, sei que está aqui porque não tem outro lugar que possa estar. Bato mais uma vez e o silêncio prevalece.

Eu deveria ir embora, na verdade, eu não deveria nem estar aqui para começo de conversa, mas não consigo me mexer, como se não tivesse controle do meu próprio corpo e simplesmente volto a bater na porta.

— Jungkook, sou eu, a Mirae. — Por dentro estou me odiando ao ponto de querer me dar um soco na cara, mas ao invés disso fico esperando sua permissão.

— Pode entrar. — Sua voz sai baixa e para que ninguém me veja aqui entro rapidamente e bato a porta atrás de mim.

Já estive na enfermaria algumas vezes e não muda muita coisa de uma sala comum de hospital. Tem três macas separadas por cortinas de plásticos azuis, a mesa da enfermeira e um armário grande e branco encostado no canto da parede.

Jungkook está deitado na última maca com um saco de gelo bem perto do seu olho, ainda está completamente vestido, até com as chuteiras, os braços cruzados perante o peito e com os olhos fechados.

Por causa do silêncio meus passos são bem ouvidos, mas ele não levanta a cabeça para me ver, continua deitado. Chego perto da maca e puxo uma cadeira de plástico para sentar.

— Como você está? — Não sei o que fazer aqui dentro, seu maxilar está marcado de tanta raiva que está sentindo, acho que nem quer falar, mas ficar no silêncio seria pior.

— Bem, eu acho.

— Foi um gol legal.

— Eu faria mais se aquele babaca não tivesse me acertado. Um idiota mesquinho que não sabe perder. — Seu ódio é visível fisicamente.

As veias de seus braços estão marcadas e ele engole seco toda vez que fala, não é algo incomum, mas Jungkook fazendo isso fica sensual de um jeito que não consigo desfocar meus olhos do seu corpo.

— Aquele foi o meu gol? — Pergunto porque não sei mais o que falar.

Jungkook finalmente abre os olhos e percebo que preferia conversar com ele de olhos fechados, porque não me sentia tão intimidada como estou agora.

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