💜Capítulo 35💜

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Não me orgulho nenhum pouco do que estou fazendo, mas é só mais fácil fugir de tudo do que encarar a realidade. Eu sou uma pessoa fraca e acomodada, não faço nada para superar meus traumas, porque os uso como uma desculpa para meus comportamentos escrotos. 

Não saio de casa tem mais de duas semanas, desliguei meu celular para que ninguém me incomodasse, principalmente Joohyun, já que a deixei na mão sem nem inventar um motivo. Simplesmente voltei do consultório do Yoongi e me enfiei no apartamento. 

Nem tenho saído da cama direito, mal estou comendo e nem sei qual foi a última vez que bebi um copo de água. Faz dois dias que não tomo banho, mas como só estou vivendo deitada até que meu cheiro não está tão desagradável assim. 

Na maior parte do tempo fico encarando o teto, sem saber se é dia ou noite, as cortinas não permitem a entrada dos raios solares, então provavelmente estou trocando o dia pela noite, ou não. Como vou saber se nem sei que horas são? Mal sei que dia é hoje. 

Estico o braço para pegar a garrafa de álcool na mesa ao lado da cama, mas a deixo cair no chão, molhando o carpete e espalhando líquido por todo lado. 

— Mais que merda! — Eu deveria levantar e ir limpar, antes que seque e fique um cheiro horrível de álcool no quarto, mas não tenho nenhuma vontade de sair da cama. 

Talvez mais tarde ou amanhã. Quem sabe. 

Alguém começa a bater na porta, viro de bruços e jogo o travesseiro na cabeça para abafar o som, quando perceber que não irei atender a pessoa desiste. 

Mas a pessoa não vai embora. 

Deixo que bata até se cansar, não vou levantar aqui para atender a porta, não tenho ninguém que realmente queira saber como estou. Talvez Mi-suk, mas ela tem que se preocupar consigo mesmo, do que comigo. 

Fui uma irmã ingrata por anos, e agora que sei sobre sua doença, continuo a ignorando, nem mandei uma mensagem perguntando se está bem, a estou fazendo pensar que não ligo. 

Com alguns minutos em silêncio penso que a maldita pessoa inconveniente foi finalmente embora, mas logo volto a ouvir as batidas, dessa vez mais alta e mais forte. Vai quebrar minha porta mesmo? Bom, pode tentar, não levantarei de jeito nenhum. 

Como é que nenhum vizinho apareceu para reclamar ou ameaçar chamar a polícia pelo jeito que a pessoa está esmurrando a porta alheia? 

Eu deveria começar a sentir medo por ter um doido do lado de fora do apartamento, porque sei que não é Hoseok, ele não é tão violento assim e também faz tempo que não aparece para me ver, já que foi proibido de me dar qualquer dinheiro. 

Mas ao invés de ficar assustada, estou furiosa por essa pessoa atrapalhar meu sono e não sentir nenhum remorso por estar sendo inconveniente e me incomodando. 

Jogo a coberta para o outro lado da cama e me levanto com bastante ódio, esquecendo-me completamente dos cacos de vidros espalhados pelo chão. 

— Aí, caralho! — Sinto uma fina dor na sola do pé. 

Eu nem sei quem é a pessoa que está me irritando, mas fique ela sabendo que assim que eu abrir aquela porta ela poderá se considerar morta. 

Não consigo pisar o pé esquerdo no chão, então vou andando nas pontas dos pés até a sala de estar. Nem me importei de vestir alguma coisa para cobrir minhas pernas, e também não estou me importando da pessoa me ver com uma camiseta masculina, que felizmente cobre minha calcinha. 

Abro a porta com tudo fazendo a pessoa quase cair dentro do apartamento. 

Por que eu não estou tão surpresa como deveria ficar ao ver Jungkook do outro lado? 

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