Minhas palavras surpreenderam Jungkook mais do que eu gostaria, será que eu era uma pessoa tão egoísta no seu ponto de vista que nunca pediria desculpa? Sei que posso ter sido alguém horrível para ele, e eu realmente tenho uma personalidade muito ruim, mas não pensei que iria chocá-lo a ponto de não falar nada por muitos segundos.
Ignoro sua mão estendida e me levanto sozinha, passo a mão pelo short, limpando a sujeira invisível. Coço meu braço esperando alguma resposta dele.
Seus olhos me encaram quase sem piscar, abre a boca algumas vezes, mas nada sai.
Estou ficando desconfortável aqui dentro, a sala, que é bastante espaçosa do nada parece um cubículo e estou me sufocando, preciso de ar.
— Eu já vou indo.
Antes que eu possa dar as costas para Jungkook sua mão agarra meu pulso com uma certa firmeza, não ao ponto de machucar, mas deixará uma marca no local.
Meu corpo reage estranhamente ao seu toque quente, ele se arrepia como se tivesse passado uma corrente fria por nós, não gosto da sensação e tento me soltar, mas Jungkook não me larga. Não posso lutar contra sua força.
— Mirae, espere. Eu não queria... — Solto uma risada anasalada, mais não tem nada engraçado acontecendo.
— Queria sim, senão não teria falado.
— É só que...
Toco sua mão com a minha apenas para separar nosso contato e com medo de sentir mais coisas estranhas, me afasto um pouco até estar em uma distância segura.
— Eu não sou uma pessoa que você queira ser amigo, Jungkook.
Enquanto falava fui percebendo que, com as minhas atitudes, eu não sou alguém tão diferente de Jimin assim. Posso não xingar ou machucar Jungkook fisicamente, mas eu o desprezava igual Jimin faz comigo.
Eu vivia o comparando com o Park e o cômico é que odeio comparações, mesmo me comparando o tempo inteiro com a Mi-suk e outras garotas. Eu sou uma pessoa horrível tanto quanto Jimin.
— Eu quero ir embora. Se importa de terminar de corrigir o texto sozinho? — Balança a cabeça fazendo que não. — Então... Boa noite, Jungkook.
Ele não insiste mais para que eu fique, o que é bom, porém ainda não me deixa ir.
— Quer que eu te acompanhe até em casa? Está tarde e pode ser perigoso.
— Eu sei me virar muito bem sozinha.
Vou caminhando para a porta e ele não tenta me impedir novamente, vou embora sem olhar para trás e continuo andando até chegar em casa, tento não pensar em nada o caminho todo e até esqueço que minha casa não é tão perto da dele e a rua está completamente escura pela luz do poste estar queimada.
Quando chego em casa não tem mais ninguém acordado, está tudo completamente silencioso, mamãe já deve estar dormindo e Mi-suk costuma dormir na casa de Hoseok quando seu expediente acaba mais tarde. Ao sair hoje mais cedo ela me mandou mensagem dizendo que faria hora extra na floricultura.
Por mais que eles sejam um casal desde os doze anos Mi-suk se recusa a passar a noite no quarto de Hoseok, então dorme junto a irmã mais velha dele e olha que ela não é mais virgem.
Acho fofo que mesmo estando tanto tempo juntos ela ainda tem costumes como se fosse um romance recente e acho que é isso que faz seu relacionamento durar tanto. Os dois agem com se fosse o começo.
Gosto bastante do Hoseok, eu realmente o amo como um irmão, mas queria que minha irmã estivesse aqui hoje, não que eu fosse contar o que aconteceu, mas estou precisando de um abraço e percebo que só tenho ela comigdo.
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Sempre ao seu lado
RomanceKang Mirae é uma bailarina incrível, que se esforça bastante para sempre conseguir melhorar e com uma oportunidade única de estudar balé na França no final do ano, ela decidirá se empenhar mais, mas ainda é uma estudante e precisa frequentar regular...