💜Capítulo 27💜

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Sinto socos na minha cabeça, repetidamente, machucando até o meu crânio. As batidas não param, me deixando tonta e enjoada, mas como é possível estarem me batendo e eu ainda manter os olhos fechados?

Quando os abro percebo que não é em mim que estão batendo e sim na porta, acontece que bebi demais noite passada e o efeito do álcool ainda existe em meu corpo. Minha garganta está seca e só de olhar minimamente para o lado, atrás de uma garrafa de água, minha cabeça dói como se eu tivesse a esmurrado na parede.

As batidas não param, o que está começando a me irritar, porque só quero dormir e ver se a ressaca me dá uma trégua. Mas a porra da pessoa não descansa, será que ele não sabe que é falta de educação acordar alguém a altas horas da madrugada?

Mas que horas são?

Tento me levantar, mesmo meu corpo implorando para que eu continue deitada, sinto uma pressão na minha barriga e ao olhar para o outro lado da cama vejo um homem, com o torso nú dormindo calmamente, como se aqui fosse a porra de um hotel. Seu braço está em volta da minha cintura, nem somos um casal e ele acha que tem a liberdade de dormir aqui e ainda me abraçar durante a noite?

Fecho os olhos e esfrego as pálpebras tentando lembrar de ontem, mas meu cérebro está com certa dificuldade de trabalhar agora.

Como sempre, eu fui para um bar, enchi a cara e conheci um cara, nós conversamos, dançamos e eu o trouxe para minha casa com um único propósito.

Sexo.

Apenas sexo e depois cada um para o seu canto, tenho certeza que deixei isso bem claro, odeio que passem a noite aqui em casa, porque a pessoa começa a achar que tem certa liberdade com você, só porque dormiram juntos.

Quanta idiotice!

Se eu expliquei as regras antes de transarmos, por que ele está aqui? Dormindo tão confortavelmente, como se estivesse em sua própria casa.

Até esqueço a porra da porta enquanto afasto seu braço do meu corpo sem delicadeza alguma, o cara se mexe e vira o rosto para mim. Abre os olhos devagar e um sorriso sonolento surge em seus lábios ao me ver o encarando.

Seu cabelo preto está cobrindo um pouco seu rosto, mal dando para ver seus olhos, os lábios carnudos estão um pouco avermelhados e tem uma ponta no lábio inferior.

Acompanho a linha do maxilar marcado com os olhos semicerrados até encontrar a ponta debaixo do seu olho esquerdo. Entendo porque está aqui, esse cara é muito lindo, tenho um bom gosto para os homens que trago para o apartamento, mas não perdoo nenhum por dormir aqui.

— Bom dia, linda. — Sua voz sai arrastada, sonolenta. Estica o braço para me tocar, mas me afasto.

— Não me chame assim! — Odeio apelidos, qualquer tipo deles, principalmente vindo de estranhos. — O que faz na minha casa? — Não me importo de soar grossa, não o quero aqui. Na verdade era para ele ter ido embora muitas horas atrás.

A porta continua sendo batida, mas que caralho!

Eu só quero dormir em paz e tenho que lidar com um sem noção que não para de bater no meu apartamento e um outro que simplesmente achou que aqui era uma pousada, e quis passar a noite.

Levanto chutando um salto meu para o canto da parede, o espelho de corpo todo que tem na porta do meu guarda-roupas me mostra que só visto uma calcinha e um sutiã preto.

Pelo reflexo vejo que os olhos do cara acompanham meu corpo e não gosto disso, quando estamos bêbados é mais fácil fingir que sou uma mulher gostosa ou que dá tesão em alguém, mas agora, fica bem visível o esqueleto que sou.

Sempre ao seu ladoOnde histórias criam vida. Descubra agora