💜Capítulo 25💜

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Não tenho notícias de Jungkook desde que ele me deixou em casa, na madrugada de sábado, não mandei mensagem e nem telefonei durante todo o domingo. Mas ele fez o mesmo, chequei meu celular a cada minuto e ele não me ligou nenhuma vez para dar explicações.

Não sei dizer se ainda estamos juntos, não quero o fim do nosso relacionamento, mas não aguento mais viver com o Jungkook de agora sem saber nada sobre o Jungkook do passado.

Não sei se estou sendo uma péssima namorada ao forçá-lo a me contar sobre algo que provavelmente o incomoda, mas não posso ficar na neblina, o que aconteceu naquele dia com sua mãe foi assustador e o modo como reagiu está na cara que já ocorreu outras vezes. 

Pelo que a senhora Jeon estava falando, é algo comum entre os dois, Jungkook não teve uma infância e nem adolescência fácil porque tem que está sempre pronto para encontrar sua mãe drogada e desacordada pelas ruas da Coreia.

Como o senhor Kim não desconfia de nada? Talvez ela tenha arrumado um marido ocupado para que ele não perceba suas saídas repentinas ou a noites em que ela vai está mais agressiva, ou sonolenta, dependendo da droga que usar.

Termino de me arrumar para a escola e assim que saio do quarto a porta do quarto se Mi-suk se abre, nem sabia que ela estava aqui em casa, não a vi ontem e quando cheguei no sábado, todos já estavam dormindo.

Ela me encara por poucos segundos, vejo a tristeza brilhar em seus olhos, deve estar doendo tanto nela quanto em mim a nossa separação. Desde que eu me lembre por gente somos grudadas, como se fôssemos uma pessoa só e não dois seres distintos, então não estávamos preparadas para quando não existisse mais um "nós".

Abro a boca para dizer alguma coisa, mas ela agarra a alça da sua mochila e segue em frente, me ignorando, mesmo assim decido chamar seu nome:

— Mi-suk — Nem estava com esperanças que me ouvisse, pensei que ignoraria, mas seus pés travam no carpete, sem se virar em minha direção. — Eu farei a Odette na peça. Passei na audição.

Eu não sabia o que dizer quando a chamei, mas desde que soube do resultado quis contar para ela sobre minha vitória. Como não pensar em Mi-suk quando ganho algo se ela sempre esteve ao meu lado, me apoiando? Era para ela que eu corria quando uma apresentação acabava, era o seu abraço que acalmava meu coração e me deixava tranquila.

Quero sentir tudo de novo, quero poder dormir no seu quarto, sendo a conchinha menor enquanto passa a mão por meu cabelo; quero poder almoçar ao seu lado na escola, observando Hoseok a deixando completamente vermelha com elogios e quero poder tê-la ao meu lado novamente. É o que mais quero. Minha irmã de volta.

Os segundos de silêncio que vão passando me deixam ainda mais ansiosa para sua resposta, até penso que não dirá nada e seguirá em frente, mas o que sai da sua boca me faz querer voltar ao passado e nunca ter acordado:

— O que eu tenho a ver com isso? Não era para você contar isso para sua mãe? Ela é quem se importa com você. — Pisco sem acreditar nas dolorosas palavras que fala. É até difícil de acreditar que essa crueldade saiu da minha irmã mais velha, a única pessoa que amo mais do que tudo no mundo.

Até quero dizer alguma coisa, mas as palavras estão presas na garganta, as lágrimas escorrendo, mas Mi-suk não a vê, porque ela nem olha para mim enquanto parte meu coração. Ela desce as escadas como se não tivesse me matado um pouco por dentro.

Sei que minha mãe a machucou de uma força imperdoável e que eu não a proteger foi ainda mais doloroso, mas eu não mereço toda essa maldade.

Mi-suk me conhece, mais do que qualquer outra pessoa, ela sabe que eu nunca ficaria do lado da nossa mãe, então por que está me tratando com tanto desprezo?

Sempre ao seu ladoOnde histórias criam vida. Descubra agora