💜Capítulo 32💜

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Ela ainda está aqui, olhando para mim com toda a sua tristeza. 

Ainda estou aqui, olhando para ela com todo o meu desprezo. 

Nunca imaginei que chegaríamos a esse ponto. Achei que éramos para sempre, inseparáveis, eu e Mi-suk contra qualquer um que não gostasse da gente. 

Era para se nós duas contra nossa mãe, mas ela escolheu culpar a mim também e acabamos desse jeito. Nem a conheço mais, igual ela não me conhece. Somos estranhas agora, não irmãs. 

— Posso entrar? — Pergunta quando me aproximo para abrir a porta. — Por favor, Mirae, eu só... — Não termina de falar, levanto a sobrancelha esperando que continue, mas só olha para mim, implorando. 

Viro para meu apartamento e deixo a porta aberta, Mi-suk entende meu gesto como um sim e entra toda acanhada em minha casa. Ela não está nada apresentável, não sabia que receberia visitas e, vamos ser sinceros, eu não teria arrumado nem se ela tivesse me avisado que estaria aqui. 

Seus olhos passeiam pela sala escura com o cenho franzido, sei que não vai dizer nada sobre a bagunça, ou me julgar por isso, apenas está observando com curiosidade. 

Coloca a sacola na banca e se senta, as mãos apoiadas nos joelhos. Largo minha bolsa no sofá e sigo para a cozinha, a fim de encontrar algo para comer, estou morrendo de fome e só menti para Mi-suk ir embora. 

Mas como não foi, não sinto vergonha em voltar atrás e tirar as vasilhas que trouxe da sacola e montar meu prato, enquanto ficamos em um silêncio desconfortável. 

Me sento de frente a ela e começo a mastigar, não irei ser a primeira a falar, quem venho com intuito de contar algo foi ela e não eu. 

— Fiquei sabendo que Jungkook mora nesse mesmo prédio. — Não esperava que a fosse falar de Jungkook na primeira vez, em anos, que nos permito ficar no mesmo espaço. Estou começando a me arrepender de tê-la deixado entrar. Continuo em silêncio. — Hoseok que me contou. Você já se encontrou com ele? 

— Já. — Minha resposta é silábica, e volto a comer para não ter que prolonga-lá. 

— E como foi? Sei que o seu término com ele não foi... 

— Você não veio aqui para falar do Jungkook, sei disso. Então desembucha logo para poder ir embora o mais rápido possível, por favor. 

— Não me trate desse jeito, Mimi. 

— E como você queria que eu te tratasse depois do jeito que me tratou? 

— Eu já disse que me arrependi, pedi mil desculpas, não sei mais o que eu posso fazer para que me perdoe. 

— Desculpas não vai apagar da minha cabeça o que falou, Mi-suk. Você partiu meu coração naquele dia. — Largo o garfo com ódio, por perceber que deixei minhas tristeza transparecer enquanto falava. 

— Mirae... — Estende a mão sobre a bancada e tenta tocar a minha, mas me afasto. 

— Por favor, não comece a chorar. Você sabia muito bem o que estava fazendo. Eu te dei o espaço que queria, não corri atrás de você mesmo estivesse morrendo de saudades, mas quando tentei dar o primeiro passo, você me afastou de uma vez por todas com um soco no estômago. 

— Eu estava magoada pelo que a mamãe falou. Sabia que ela me odiava, mas falar comigo como se eu não fosse nada doeu demais. — As lágrimas já molham todo seu rosto, e vê-la tão triste acaba comigo, mas continuo firme ao invés de ir abraçá-la. 

— Eu sei, mas não precisava me culpar. Eu sempre estive do seu lado, Mi-suk, mas você decidiu me culpar também. Eu quis contar que tinha passado na audição, porque você era minha melhor amiga, e sempre estava me apoiando. Você escolheu nos afastar, agora não aja como se eu fosse a única culpada!

Sempre ao seu ladoOnde histórias criam vida. Descubra agora