𝑪𝒂𝒑𝒊́𝒕𝒖𝒍𝒐 𝟕

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Merda
Merda
Merda
Era tudo o que se passava na cabeça de Ma'Reyna naquele momento.

A garota pensava que se talvez ainda escutasse, poderia ter evitado toda essa situação.
Seus irmãos, ela e o garoto humano estavam com armas apontadas em suas cabeças pelos Avatares infiltrados.

Reyna tentava a todo custo se soltar, para ficar ao lado de Tuk, que estava tremendo de medo, porém sua agitação estava deixando o líder daquela operação mais do que bravo.

-Quer parar menina! Ou então eu estouro os seus miolos! -agarrou a fila da menina a puxando para trás, fazendo com que um grito de dor saísse de sua boca.

-Não encosta nela! -muitas coisas passavam pela cabeça de Lo'ak, mas ao ver a sua irmã naquela situação, focou apenas no que importava, ela.

-Ei chefe, tem uma mestiça aqui. -puxou o cabelo de Kiri para trás- Ela tem quatro dedos. -um dos capangas avisou, fazendo com que o falso Na'vi que agarrava Rey a soltasse, deixando-a sob o cuidado de outro.

-Uh... o que temos aqui? -então se virou para o mais novo- Ei você, me mostre os seus dedos.

Claramente Lo'ak não deixaria aquilo barato, quer dizer, olha de quem nós falamos.
Ma'Reyna olhava para aquela situação aflita, já que, não conseguia escutar nada do que estavam conversando.
Apenas conseguia ver a cara de descontentamento que todos carregavam em si.

Então, a garota viu seu irmão levantar os dois dedos do meio para o grandão a sua frente.
Em qualquer situação normal, ela com toda a certeza riria da cara do mais velho. Porém ao ver sua feição mudar para uma mais carrancuda ainda, e entender que ambos estavam brigando, começou a se agitar novamente.

-Você é dele não é? -então olhou ao redor- Todos vocês são. -porém estabilizou seus olhos na garota que ainda se debatia, tentando sair do aperto que havia em seu braço.

-Mas você... você é dela. -Reyna nada disse, não entendia nada. Mas rosnou para ele mostrando seus belos caninos afiados. -Você é igualzinha a ela.

-Para! Deixa a gente em paz! -tirando seus olhos da mais velha, os focou no único humano entre os nativos.

-E você? Qual é o seu nome?

-Spider Socorro. -então o choque. Mais alguns segundos olhando para o garoto, para assim perceber quem ele era, e o quão grande já estava.

-Miles?

-Ninguém me chama assim.

Minutos, horas, ninguém sabia ao certo quanto tempo já havia se passado. Mas o céu escuro e a chuva caindo sem dó, demonstravam que já estavam naquela situação há um bom tempo.

Todos tentavam de alguma maneira se distrair, e tentavam pensar positivo, já que, antes de serem pegos, Lo'ak havia conversado com seu pai e falado sua localização. Então ele ia aparecer não é?

A cabeça de Ma'Reyna estava uma bagunça, uma ansiedade sem fim. A angústia que sentia por não conseguir tirar seus irmãos dali era terrível, seu peito doía.

Então todos se entreolharam, os mais velhos não perceberam aquela movimentação de sua família, mas ela sim, e logo entendeu o porque.
Corações batendo.

As preces que todos faziam em suas cabeças foram ouvidas pela Grande Mãe e finalmente seus pais iriam os salvar.

Rey trocou um olhar com Lo'ak, ambos planejando em uma conversa silenciosa o que fariam para saírem dali.
Então a mesma olha de relance para Tuk, deixando claro qual era a prioridade naquele momento, e o mais novo entendeu.

O caos se instalou assim que uma flecha pairou sob a cabeça de um dos soldados ali presentes.
Reyna jogou sua cabeça para trás quebrando o nariz de quem a segurava, fazendo a mesma conseguir se libertar do aperto.

Pelo reflexo pode ver seu irmão agarrar a mão de Tuk e correr com ela em seu enlaço, e mais a frente estava Kiri com o menino macaco.
Sem pensar duas vezes, se virou rapidamente para pegar a arma do agora "nariz quebrado", e começou a atirar.

Ma'Reyna apesar de odiar os humanos, sempre foi interessada por sua tecnologia, e principalmente por suas armas.
Adorava as aulas de tiro ao alvo que seu pai dava a ela quando menor, por outro lado, Neteyam sempre foi meio forçado por ela a acompanhá-la. Nunca foi fã das armas, e sim do arco e flecha.

Se escondendo atrás de uma das árvores, a garota fechou seus olhos para poder se concentrar no que faria a partir de agora.
Sabia que seus pais estavam por perto, mas também tinha a ciência de que seus irmãos ainda estavam correndo perigo enquanto corriam por ai.

Tiros passavam de raspão ao seu lado, mas nada faria Rey tirar o foco do que importava agora, manter sua família a salvo.
Então olhou para o lado e viu sua mãe mais a frente focada em matar um capanga, mas deixou passar um deles tentando acerta-lá um pouco mais atrás.

Carregando a arma em suas mãos, saiu de seu esconderijo e partiu para cima do mesmo.
Dois tiros no peito foram o suficiente para o mesmo cair desacordado, enquanto sua mãe se camuflava pela mata, viva.

Mas seu mundo parou ao sentir um baque em suas costas. A ansiedade que por um curto período de tempo havia saído de seu corpo voltou violentamente.
Ao se virar para matar quem quer que fosse, grudou seus olhos naquele amarelo vibrante, que apenas uma pessoa os possuía tão brilhantes.
Neteyam.

-"Quase tomou um tiro." -gesticulou ainda no chão para sua irmã, enquanto ela processava o que estava acontecendo.
Neteyam a salvou, mais uma vez.

Ao se levantarem para saírem de lá, mais uma força os puxou para baixo, dessa vez seu pai.

-Esperem! Ao meu sinal vocês corram, e não olhem para trás. -então olhou para sua filha- "Siga seu irmão."

Sem contestar, ambos esperaram a hora certa para fugir. Ma'Reyna segurava a mão de Neteyam com força, o medo corroía sua pele dos pés a cabeça.
Então o mesmo a puxou, e ela o seguiu cegamente, confiava nele sua vida, mesmo se preocupando com o seu pai lidando com aqueles malucos sozinho.

Entre galhos e outros, se assustaram ao darem de frente com Lo'ak e Tuk.
Rey não pensou duas vezes antes de correr até os mesmos para os abraçarem. Estava tão preocupada.

Alguns segundos depois, Neytiri e Kiri surgem lado a lado se juntando ao abraço que os irmãos ainda permaneciam.
Por último, Jake.

-Pai, onde está o Spider? -Kiri, assim como os seus irmãos, gostava muito do garoto humano, talvez não do mesmo jeito que o mesmo gostava dela, mas ainda sim se preocupava com ele.

-Sinto muito filha, eles o levaram. -botou a mesma rapidamente em seus braços para conforta-lá. -Mas ele é um garoto forte, você vai ver, daqui a pouco ele estará com a gente de novo.

Todos se olhavam aflitos apesar de aliviados. Pois apesar de tudo, os humanos estavam de volta, e mais fortes do que antes.













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