𝑪𝒂𝒑𝒊𝒕𝒖𝒍𝒐 𝟏𝟖

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-Medo foi uma coisa que nunca passou pela minha cabeça, mas agora te vendo assim, te considerar uma ameaça chega a ser piada. -comenta Ma'Reyna olhando a postura totalmente errada do Metkaiyna que segurava o arco.

-Ha ha, engraçadinha! Você nem está me ajudando, só está caçoando dos meus erros. -desistiu de sua posição anterior, se virando para a Na'vi.

-E diga-se de passagem, é algo muito engraçado de se fazer. -disse a garota vendo um Lo'ak afobado passar por ela fazendo um "toca aqui" com a mesma.

-Tsireya e Rotxo estão indo bem porque os professores deles estão os ajudando. -apontou como um bebê chorão- Quando você foi montar em Uriah pela primeira vez, não deixei que fizesse sozinha, eu te ajudei.

-Tudo bem, tudo bem, credo como você chora. -Aonung arregalou sua boca em estado de choque- Vai querer aprender ou não? -a garota comenta distante da onde se encontrava antes.

-Me espera mulher! -corria para alcançá-la.

-Nós avisamos a ele que estava brincando com fogo. -Lo'ak da de ombros ao lado de Tsireya, que após muitas tentativas, conseguiu uma ótima postura.

-Deixe ele Lo'ak, assim aprende a não mexer mais conosco. -comenta Neteyam zombeteiro, que estava apenas encostado em uma das árvores vendo o desempenho dos nativos.

Enquanto Tuk ao seu lado, porém sentada no chão, estava concentrada demais na flecha que fazia.

-Não seja tão cruel, Aonung é difícil de lidar, mas ao conhecê-lo melhor, é possível notar um bom coração. -soltou sua flecha acertando ao lado do alvo vermelho bem desenhado.

-Bem lá no fundo, chega precisa fazer uma autopsia. -Kiri ria enquanto auxiliava Rotxo, seus ombros simplesmente não a obedeciam.

-Uma o quê? -tentou se virar para a Omatikaya, porém ela o estabeleceu com suas duas mãos.

-Olhos no alvo, ombros retos, e pelo amor à Eywa fique menos tenso! -ela realmente não tinha muita paciência para ensinar.

-Paciência é uma dádiva Kiri. -Neteyam brinca, vendo a mesma revirar os olhos.

-Cadê Ma'Reyna quando precisamos dela? -choramingou.

[...]

-Bom, você terá que acertar aqui. -fez um médio circulo vermelho com uma das tinhas na árvore a sua frente.

-Não acha que está muito longe? -Aonung, bem mais atrás da garota, comenta ainda inseguro.

-Não era você que seria melhor do que eu no arco e flecha? Acerto distâncias maiores boca de peixe. -voltou para o lado do mesmo. -Vamos, estique o arco, faça o que havia feito e eu irei redirecionar você.

-Okay. -alongou o pescoço, os ombros, então subiu o arco.

Ombros tortos, cintura para frente, cabeça inclinada, estava tudo errado. Então ainda ao lado do garoto, Ma'Reyna foi se aproximando.

Primeiro encostou nos ombros do mesmo, colocou seus dedinhos delicados em sua pele para poder ajeita-lá.

Aonung sentia que poderia queimar a qualquer momento.
A respiração da garota em seu ouvido, sua mão se mexendo por entre seu dorso. Aquela palpitação que sentia em seu peito havia de ser parada cardíaca.

-Aquele dia -engasgou com o seu próprio ar- o dia em que te achei na areia, sozinha, parecia que não havia me escutado... -o garoto estava intrigado desde aquele dia, estava tão confuso.

-Foco.

Rey desceu suas mãos sem tirá-las do garoto, indo de encontro a sua cintura.
Pode sentir quando o mesmo tremeu em seu comando, mas a Omatikaya já sabia o efeito que estava causando nele há tempos.

𝐻𝑒𝒶𝓇𝓉 𝓉𝑜 𝐻𝑒𝒶𝓇𝓉Onde histórias criam vida. Descubra agora