𝑪𝒂𝒑𝒊́𝒕𝒖𝒍𝒐 𝟏𝟎

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Na manhã seguinte, já bem alimentados e descansados o suficiente, todos se sentiam mais do que dispostos a aprender os costumes Metkaiynas.

Quando todas as crianças terminaram de comer, já se preparavam para sair de casa e encontrar os filhos de Olo'eyktan, porém antes que sua filha mais velha pudesse seguir os demais, Jake a chama.

-"Então, quando ainda estávamos na floresta, após o acidente, eu e Norm conversamos." -estava ansioso, não sabia como sua primogênita iria reagir ao saber do aparelho.

-"Está tudo bem pai?"

-"Bom, na verdade tem uma possibilidade de você voltar a escutar, talvez até melhor do que antes." -soltou de uma vez.

-"Como assim? Pai, isso é impossível." -ela sentia uma pontada de expectativa é claro, mas não entendia como que aquilo poderia ser possível.

-"Nós sabemos que Norm é um gênio, e ele sempre notou a sua aflição ao saber que poderia perder a audição para sempre, então ele desenvolveu um dispositivo baseado nos seus exames diários. -então botou a caixinha preta nas mãos da garota, fazendo a mesma a abrir.  -Não te contamos antes porque ainda não foi testado, e não queríamos colocar expectativas em você depois de tudo o que passou."

Ainda em choque, Ma'Reyna olhava para os delicados arcos prateados, que logo mais iriam revestir sua orelha, a fazendo, ou não, escutar novamente.

-"Eu posso colocar?" -então olhou para seu pai com emoção.

-"Se você quiser..."

Então a mesma estica a caixinha para o mais velho, em um pedido silencioso de ajuda, para que o mesmo colocasse nela os aparelhos em suas orelhas pontudas.

Acatando o pedido de sua filha, Jake pega um dos dispositivos e colocou delicadamente na orelha direita de Rey, esperando alguma reação da mesma.
Vendo que não havia causado nenhuma dor, decidiu pegar o dispositivo que restou e passar para a próxima orelha.

Já com o prateado em seus ouvidos, Ma'Reyna mexia suas cartilagens, ainda se acostumando com o corpo estranho que agora a acompanharia nessa nova jornada.

-Papai? -então Reyna choca seus olhos cor âmbar, nos brilhantes amarelos de seu pai, ambos trocando emoções que nem palavras seriam capazes de explicar.

-Ma'Reyna. -os dois pares de olhos nadavam em lágrimas, onde pai e filha finalmente poderiam suspirar aliviados.
Então sem esperar mais um momento, Rey corre para os braços de Jake, fazendo o mesmo a carregar como uma bonequinha, sua pequena bonequinha.

-Eu consigo escutar! Eu te escuto, eu escuto tudo! -eles compartilhavam sorrisos brilhantes, e logo após começaram a gargalhar de alegria.
Seus corações batiam em harmonia, ritmados pela emoção, ambos felizes.

-Ma Jake, nós precisamos ir. -Neytiri ainda alheia à situação que recorria no meio do marui, foi chamar seu companheiro para que pudessem se adaptar à sua nova rotina como seus filhos.

-Mamãe. -então o choque.
A mais velha olha para sua filha ainda sem acreditar, Jake havia contado à ela sobre o dispositivo, mas achou que ele não falaria sobre isso com a garota tão cedo. Mas vê-la usando sua voz tão confiante fez a mulher repensar suas ideias.

-Rey, pode me ouvir querida? -ainda nos braços de seu pai, Reyna começa a rir como a muito tempo não o fazia. Então se juntando aquela emoção, Neytiri não tardou em se juntar ao afeto entre os dois.

Depois de todas aquelas lágrimas, os três decidiram que era hora de cumprir suas obrigações.
Os mais velhos seguiam para um lado, enquanto a garota para outro, na divisa entre a areia e o mar.

𝐻𝑒𝒶𝓇𝓉 𝓉𝑜 𝐻𝑒𝒶𝓇𝓉Onde histórias criam vida. Descubra agora