Jake Sully se martirizava tanto, que a cada careta que o mesmo fazia Neytiri não sabia se ria ou chorava.
-Jake...
-Se, se eu tivesse dado a ela o aparelho, talvez nada disso tivesse acontecido. -havia frustração em sua voz- Você entende o que acabou de acontecer?
-Eu entendo! Mas nós vamos dar um jeito, sempre damos. -Porém seu parceiro já não pensava mais assim. A preocupação o consumia, principalmente depois do que acabou de acontecer com seus filhos.
-Neytiri... eu acho, eu acho que nós devemos ir. -era difícil, é claro.
Aquele lugar havia se tornado sua casa, tinha construído sua família em meio às florestas de Pandora, todos cresceram lá.
Tinham família, amigos. Ele era Toruk Makto, tinha seu povo para cuidar, sua parceira era filha da Tsahik, seu dever era ficar lá e os proteger.
Mas estavam mexendo com a sua família, o sangue do seu sangue, ele não conseguiria mais conviver com isso.
Do lado de fora, todos os mini's Sully's tentavam escutar tudo o que seus pais discutiam, mas uma coisa era certa, iam se mudar.
As crianças tinham expressões tristes em seus rostos, ao lado de Ma'Reyna, Neteyam fechava os olhos enquanto suspirava tentando manter a calma.
A Na'vi não sabia o que estava acontecendo ou sobre o que estavam conversando, mas pelas expressões que seus irmãos compartilhavam, ela suspeitava que algo estava errado, mais do que já estava.
-Crianças. -então todos saem de seus próprios pensamentos para olhar o mais velho parado em frente ao Marui da família. -Devemos conversar.
O menino percebendo que sua gêmea não havia reagido, pega em sua mão para guiá-la até dentro de casa. Percebia a aflição no olhar da mesma. Em menos de uma semana, ela passou por mais coisas que poderiam imaginar, e como sempre, ele apenas queria poder tirar todo o sofrimento que cabia em seu peito.
Com todos reunidos e sentados em seus devidos lugares, ambos os pais se entreolhavam para saber como começar aquela conversa. Infelizmente a família Sully iria por tempo indeterminado, embora do clã Omatikaya.
Foi bonito, apesar de ter derramado algumas lágrimas de tristeza, logicamente, Reyna pode dizer que foi uma bela cerimônia de despedida ao Toruk Makto.
Ir embora de sua casa com certeza nunca esteve nos planos da garota, ou de nenhum outro membro daquela família. Mas já em cima de sua Ikran, Rey pensava que talvez, se estivesse no mesmo lugar que seu pai, faria a mesma coisa para proteger aqueles que ama. Seria covardia? Sim, e isso não parecia nada certo na visão de uma guerreira como ela, mas a sua família sempre viria em primeiro lugar.
Não sabiam ao certo há quanto tempo estavam voando, Ma'Reyna sentia que já eram séculos no ar. Ela realmente amava voar em Kira, mas dias sem comer ou beber direito, além de não poder esticar suas pernas estavam a matando.
-"E então, acha que falta quanto tempo para chegarmos?" -Hora ou outra Lo'ak se juntava ao lado de sua irmã, para que eles pudessem distrair um pouco.
Já conversaram, jogaram jogos, apostaram corrida, discutiram, às vezes até Neteyam ou Kiri se juntavam ao seus bate-papos, já que o tédio era geral. Mas as horas passavam como uma lesma.
-"Não faço ideia. Eu realmente espero que o papai saiba aonde está nos levando, minha bunda já está doendo tem algumas horas." -Ficar sentada em um Ikran por tanto tempo realmente não era a melhor coisa a se fazer.
-"Nem me fale, sinto que a qualquer momento minha cauda se partirá no meio." -gesticulou rindo, e com certeza Rey acreditava que seu rabo poderia fazer a mesma coisa.
Passaram-se alguns minutos, até que a coloração do belo mar azul royal começou a mudar, para um azul claro, ou verde azulado, talvez verde claro. Ma'Reyna não sabia descrever a cor exata daquela água, mas pouco ligava, era tão bonito, tão clarinho que até jurou ver os peixinhos nadando juntos.
Então a garota sentiu Kira vacilar um pouco, olhando para o lado viu o culpado, Neteyam com um sorrisinho presunçoso em seus lábios. -"Acho que chegamos ein."
Pousando na ilha, era possível ver todos aqueles nativos agitados correndo pela areia. E por um lado a família entendia isso, acreditavam que não eram todos os dias que um grupo de seis Ikrans pousavam na orla da praia.
Descendo de Kira, Ma'Reyna pode sentir a fofa areia entre seus dedos dos pés. A garota sorria por finalmente estar de pé, podendo esticar as pernas e se alongar um pouco. E nossa como a sua bunda doía!
Olhando ao redor, pode ver o quão diferentes aqueles Na'vis eram dela. Seus corpos, suas cores, roupas, acessórios, mas ainda sim eram encantadores aos olhos da garota.
Mais alguns segundos apreciando a vista e pode sentir sua perna sendo agarrada por um rabo -Neteyam- "Juntos."
Seus pais estavam mais à frente com Kiri e Tuk, e Reyna entre seus irmãos mais atrás, todos sendo o centro das atenções, apenas esperando pelo chefe do clã Metkayina chegar.
Os três que estavam mais atrás viram o possível futuro Olo'eyktan chegar com outros garotos em seu enlaço, então afim de mostrar respeito, os irmãos não tardaram em saudar o mesmo. E não serem correspondidos.
-Cara, isso era pra ser uma cauda?
-Olha como são finas. Como eles nadam com isso?
Ma'Reyna estava alheia, cansada demais pela viagem que fizeram ela apenas queria se deitar, mas para isso, teriam que ser aceitos naquele novo clã. Foi tirada, ou puxada, de seus pensamentos com um puxão em seu rabo. Com os olhos arregalados de susto se virou para o culpado, encontrando os olhos mais azuis que já tinha visto em sua vida.
Apesar de magro, tinha braços largos e fortes, de pele azul esverdeado, bem clarinho. Seus cabelos trançados nas raízes, porém o resto estava amarrado em um coque alto, que realçava sua fila solta por suas costas. Seus acessórios apesar de poucos eram lindos, mas um que a deixou mais intrigada, foi um belo colar bem trançado com uma grande concha no meio. Era tão bonito, mas tão povo do recife.
O garoto olhava para ela como se pudesse enxergar sua alma. A analisava de todas as maneiras possíveis, fazendo a mesma sentir um desconforto em seu estômago, que surpreendentemente era bom. Mas foi só um momentâneo frio na barriga, apenas um momento rapidamente cortado por seu irmão gêmeo, que bateu secamente na mão do garoto estranho.
-Não encosta nela. -rosnou.
E então ele apareceu, o famoso Olo'eyktan do povo do recife, em cima de um peixe, ou um pássaro? A família realmente não fazia ideia do que era aquilo. Eles só queriam abrigo, queriam proteger uns aos outros.
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_________________ Aleluia irmãos! O primeiro contato de Ma'Reyna com Aonung🙌 Espero que estejam gostando. Não esqueçam de votar e comentar!! Até a próxima seus lindos Beijinhoooos