29) BOTÃO DE ROSA

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Acordei com tudo, puxei o ar, respirando melhor, uma chuva forte caía contra meu rosto, já era noite.
Apertei o diário da minha mãe contra meu peito, como se fosse perder se soltasse. Mas assim que ergui o diário senti um braço forte me envolvendo.

- Noelly? - uma voz familiar diz

Pisco duas vezes, até minha visão focar

- Dylan... - murmurei

- Vamos entrar, mais um pouco e você morre de hipotermia, está aqui debaixo da chuva faz mais de uma hora - ele disse - Cadê os inúteis dessa casa quando precisa?
Ele me segurou no estilo noiva e começou a andar em direção à entrada do jardim, xingando os criados de tudo o que era nome. Eu teria o impedido de me levar daquele jeito idiota, mas não sentia minhas pernas ou braços

- Você quebrou o acordo - digo, em seguida sendo tomada por uma tosse seca horrível

- Ah claro, da próxima eu te deixo lá e ainda puxo uma cadeira pra assistir. - disse sem me encarar - Não existe acordo se você morrer.

Dylan me levou até a escadaria

- Qual é seu quarto? - perguntou

- Seria estranho ter você no meu quarto - digo

- Vou te largar aqui mesmo no chão se não colaborar, cacete.

- Primeira porta virando a esquerda.

Ele me levou até meu quarto e me jogou sem o menor cuidado na minha cama, por pouco não caí.

- Fique aí e não se mexa - disse e saiu do quarto, me ajeitei com um pouco de dificuldade na cama, estava com frio e os membros dormentes

"Meu marido" voltou minutos depois segurando duas toalhas e uma caixa média branca, colocou a caixa na beirada da cama e se aproximou de mim com uma toalha

- O lençol da cama vai ficar molhado - digo

- Mando trocarem depois, agora fica quieta.

Ele começou a secar meus cabelos com a toalha, depois desceu para os braços.

- Eu consigo fazer isso sozinha - falei

- Cala boca, Noelly.

Dylan cobriu meus ombros já secos com outra toalha e começou a secar minhas pernas com a toalha molhada.

- Como você soube que eu fiquei mais de uma hora embaixo da chuva? - pergunto

- Havia saído, para tratar de uns negócios, quando saí você estava dormindo debaixo da árvore, quando voltei você estava tremendo na chuva.

Olhei para o diário da minha mãe, em nenhum momento o havia soltado.

- Isso era da sua mãe, não era? - Dylan fala enquanto abria a caixa e mexia com algo

Não digo nada.

- Esperta - disse - Recorrer à árvore genealógica sempre é uma boa ideia.

- Você está estranho, está bêbado?

- Nunca estive tão sóbrio

Depois disso, ele voltou a vasculhar na caixa.

- O que está procurando? - perguntei

- Algum remédio para resfriado, mas pelo visto vou ter que mandar comprar

- Remédio pra resfriado é algo que todo mundo tem em casa, vocês não ficam doentes não?

Ele não respondeu a princípio, mas em seguida disse:

- Só não somos idiotas de dormir embaixo da chuva

PROMETIDA A UM VAMPIRO (Versão Atualizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora