Capítulo 66

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POV Aléxia

_Mãe, você vai mesmo fazer esse procedimento? Eu tenho medo de te perder... – Sam fala toda chorosa e eu quase choro junto.

_Eu vou sim minha preciosa, mas eu vou voltar, vai ser rapidinho, você vai ver!- eu falo abraçando-a bem apertado.

_Eu te amo mamãe, fica tranquila, a gente cuida da Sam até você terminar tudo e vamos estar aqui te esperando- Gael se junta a nós no abraço e o Noah faz o mesmo mas não fala nada.

_Ei galerinha, vamos deixar os profissionais preparar a mãe de vocês? -Carlos fala suavemente e os meninos acenam que sim e grudam nele, que sai levando-os pra fora.

_Vocês são uma família linda, dá gosto de ver a união de vocês! Até seu pai está aqui...- vejo a outra enfermeira dar um leve aceno na cabeça para ela não falar nada.

_Ele está aqui e ainda não veio aqui, onde ele está?- eu pergunto mas desconfio de onde ele está.

_Bom, ele foi ver a outra paciente- a que acenou responde, ela sabe que eu não quero envolvimento com a Clarice, eu tive que dar uma meia explicação a ela, já que ela queria nos por juntas no mesmo quarto quando soube que ela é minha progenitora, não contei detalhes mas expliquei que fomos abandonados , que eu ia doar apenas por ela ser uma pessoa que precisava e que era compatível comigo, já que temos um fator um pouco difícil para compatibilidade, mas que eu não quero nenhum tipo de aproximação com ela.

_ Acho que ele precisa de dar esse fechamento nessa parte da vida dele, meu pai nunca conseguiu seguir em frente na vida amorosa dele, talvez faça bem pra ele essa conversa!

_É talvez faça mesmo... Mas agora quero que você desligue disso e fique tranquila pra tudo correr bem pra você voltar pra sua fanília linda, aliás, que gato aquele seu marido, ele não tem um irmão não pra me apresentar? Porque pelo vistos a genética  é boa, só tem gente bonita nessa família!- ela fala se abanando e eu caio na gargalhada.

_Não tem, sinto muito! Mas tenho uns amigos que talvez sejam interessantes.- eu falo brincando com ela, afinal entendi o objetivo dela, que era me distrair para eu ficar tranquila.

Ouço uma batida na porta e a cabeça do meu amor aparecer.

_Posso entrar rapidinho?- ele pergunta pra enfermeira e ela dá um sorriso pra ele e acena que sim.

_Só vim te dar um beijo, amor, até daqui a pouco, te amo.

_Eu te amo também, cuida das crias até a minha volta, tá bom?- falo esfregando o nariz no dele e dando um beijo terno nele.

_ Eu cuido sim, volta logo! E já fica sabendo que vai ter que ficar quietinha até estar totalmente recuperada, entendeu dona Aléxia.

_Entendi doutor- eu falo e aperto a bunda dele.

_Aléxia!- ele fala envergonhado por causa das meninas e elas riem discretamente pra ele não notar.

_Pra você não esquecer de mim- eu falo rindo e o puxo pra mais um beijo.

_Te amo minha mocinha, volta logo!- ele fala e sai do quarto rapidamente.

_Acho que ele estava chorando- uma delas fala.

_Com certeza estava, esse é o meu homem todo sensível, ele já perdeu algumas pessoas, então sei que é difícil pra ele encarar isso, mas sei que ele supera os seus medos pra passar força pros meninos e pra mim, ele é assim, sempre se abnega por nós!

As duas estavam com os olhos marejados mas continuam com os cuidados que precisam fazer para me preparar para a cirurgia. A cirurgia é simples,é com anestesia geral porém a retirada de tecido é feita através  punções com agulhas nos ossos da bacia, amanhã mesmo já estarei em casa e tudo isso vai acabar,vou poder seguir com a minha vida tranquilamente

POV Henrique

Bati na porta e ouço alguém autorizar a minha entrada, vejo um rapaz alto do lado dela, que quando me olha diz algo para ele e ele acente, me cumprimenta com um aceno e se retira do quarto. Me aproximo e quando olho pra ela, constato que realmente já não há nada do que sentia por ela... Nem raiva, mas preciso encerrar esse ciclo, são quase trinta e cinco anos remoendo algo que já deveria ter sido superado.

_Olá Clarice. – ela me olha e vejo o arrependimento nos olhos dela.

_Me perdoa Henrique, me perdoa...

_Calma, eu não vim aqui para você me pedir perdão, mas sim para te pedir perdão. – ela franze o cenho por não entender nada.

_Mas fui eu que errei com vocês, eu que abandonei vocês...

_E eu te conduzi a isso quando te forcei a viver uma vida que você nunca quis viver! Eu fui egoísta por querer uma família a todo custo e esse custo foi muito alto pra todos nós! Me perdoe você, porque eu já te perdoei há muito tempo.

_Você é um homem excepcional mesmo, infelizmente eu não soube valorizar isso e perdi tudo, você, nossa filha, nossos netos, pelo menos tenho o Félix, mas ainda assim eu não pude impedir o pai dele de o envolver na porcaria dele.- ela fala e chora,eu apenas a abraço afagando sua cabeça.

_Agora você precisa ficar tranquila, já estão preparando a Aléxia, daqui a pouco tudo vai estar realizado e você vai poder receber a doação dela.

_Vai ser a única coisa que vou ter dela, eu vou respeitar a vontade dela, vou me afastar, não vou importunar mais.

_Depois você pensa nisso, agora foque em você!- eu falo, a abraço e saio dali como corpo mais leve, com a alma lavada, parece que toneladas sairam dos meus ombros.

Encontro com o Carlos saindo do quarto de Aléxia e se eu não estiver enganado, ele está chorando, mas o semblante dele muda assim que me vê e aos meninos.

_Como ela está?- eu pergunto.

_Tranquila, mais que eu com certeza, você criou uma mulher muito forte!

_Eu sei, ela sempre foi assim, forte, determinada.- eu falo com orgulho.

_Você não quer entrar?- ele me pergunta

_ Vou dar um beijo nela quando ela passar por aqui indo para o centro cirúrgico- e nesse extao momento a porta se abre e ela sai na maca, sendo empurrada por duas enfermeiras, me aproximo, ela me estende a mão, olhando nos meus olhos.

_Tá tudo bem?

_Tá tudo bem, agora está tudo bem! Te amo minha gafanhota,volta logo pra nós!- eu falo e dou um beijo na sua testa, ela é beijada por todos e  foi sendo empurrada na maca, vejo uma das enfermeiras falar algo no ouvido dela e ela explode numa gargalhada e ouço algo como, “depois eu te apresento a ele”.

_Vamos pra sala de espera?- Carlos fala e nos dirigimos para lá.

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