Capítulo 13

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POV Aléxia

Mandei mensagem pra Cris, perguntando se ela já estava liberada e ela falou que sim, combinamos de nos encontrar no Shopping Tijuca, já que era perto do hospital onde ela atendia e hoje  tia Amália ia pegar os meninos pra almoçar lá e passar a tarde com ela.

Recebi uma mensagem de um número desconhecido e quando vi era a Cris que me dizendo que estava num restaurante perto da entrada da praça de alimentação. Fui até lá e entrei no tal restaurante e vi a Cris numa mesa quase escondida, atrás de uma pilastra, só a vi porque ela me acenou e voltou a ficar atrás da pilastra.

Me aproximei e dei um abraço apertado, um abraço de medo de perder, de força estou aqui e de muito amor. A Cris foi a irmã que eu tive de verdade na minha vida, ela me apoiou em todas as fases da minha vida, nós só perdemos o contato frequente depois de um ano que ela estava casada, passei a ver menos, falar menos com ela pelo telefone e por fim, quando fui pra Inglaterra perdi quase totalmente o contato, falava somente no aniversário dela e no meu e às vezes no natal nós nos encontrávamos quando tia Amália conseguia juntar todo mundo pra passar junto e mesmo assim, nunca vi o Clayton em nenhuma dessas ocasiões. Eu o conheci no dia do casamento deles e o vi  ontem apenas. Convivi com os meninos, eles foram dormir na casa de papai várias vezes durante as férias que a gente passava aqui e criamos vínculo com eles por isso, por tia Amália fazer essa ponte entre nós. Doía não poder ver a minha amiga/irmã e durante bastante tempo eu achava que era ela que não nos queria por perto, hoje vejo que não é bem assim!

_Ei forasteira- ela me chama assim desde que eu fui fazer um mochilão na Europa antes da gente ir pra faculdade e quando ela falou isso, meu coração aqueceu.

_ Ei nativa... – e rimos juntas! Como é bom vê-la rir, mesmo que esse sorriso não seja inteiro mas eu juro a mim mesma, ele vai voltar a ser!

_ Não entendi o porquê do número diferente...

_Ah, meu celular descarregou e eu pedi o celular emprestado do rapaz que me atendeu aqui, como frequento bastante aqui, eles já me conhecem!- ela me fala desviando o olhar.

_Hum,  entendi... Descarregou mesmo ou aconteceu outra coisa?

_Droga ,Lé, não consigo esconder nada de você! Na verdade eu deixei descarregar de propósito pro Clayton não me ligar e nem saber onde estou, para todos os efeitos eu vou almoçar com os meninos na casa da mamãe e como o Rô não leva o celular pro colégio  e a Gio não tem, ele será obrigado a ligar pra mamãe e isso eu tenho certeza que ele não quer.- ela dá um pequeno sorriso.

_Agora sim, eu vi a velha Cris!- pego na mão dela , puxo fazendo com que a manga fosse pra cima e  vejo que ela tem a marca de dedos em volta do pulso, quando ela percebe que eu vi, puxa a manga pra baixo e baixa a cabeça! Rapidamente eu ponho o meu indicador no queixo dela e levanto a cabeça dela.

_Nunca mais faça isso, nunca mais baixe sua cabeça, você é tão digna quanto qualquer outra pessoa...

_Não sou Lé, eu não sou mais, olha onde eu deixei chegar a minha vida, olha ao que eu estou sujeitando os meus filhos- me diz com os olhos cheios de lágrimas.

_Eu estou aqui e vou te ouvir, se você quiser falar, porém já te digo uma coisa, independente se você vai falar ou não, eu vou tomar providências quanto a isso, ok? Você é minha irmã, foi minha força muitas vezes, agora chegou a minha vez de ser sua força!

Ela assentiu e apertou a minha mão que ainda estava na dela por cima da mesa.

_Eu vou te contar tudo, todas a coisas que aconteceram e o que está acontecendo agora e sim, eu preciso de ajuda, eu preciso tirar meus filhos daquele inferno que virou aquela casa!

Nunca te esqueciOnde histórias criam vida. Descubra agora