Inevitável

Super protetor

ALESSA

Dois meses se passaram, tudo parecia aparentemente estável na minha cabeça e nessa nova realidade em que eu estava vivendo.

Connor conversava mais comigo e as vezes até esquecia das piadas idiotas, ele sabia que eu não gostava, mas fazia pra implicar. Por mais que me afetasse eu procurava não ligar, eu não podia estourar e xingar ele. Ainda tinha medo que simplesmente não ligasse mais e me deixasse no meio do nada, até porque as vezes se mostra meio bruto, típico homem do campo.

Mas, tirando isso, ele é bem legal até, sempre me incentivando a sair, sorrir e até a comer.

Jos também vivia me puxando pra lá e pra cá quando estava na casa. Podia ser pra pegar um pé de alface na horta, mas queria que eu fosse junto, e confesso que estava sendo muito bom, os peões eram muito legais também, vivam conversando sobre algumas coisas idiotas e eu ria demais com tudo que era dito na hora do almoço e vez ou outra, quando eu ia ver oque estava sendo feito na fazenda.

As vezes parecia que Connor queria me manter longe de um deles, o Devon. Eu não entendia, ele era sempre muito educado e gentil. Mas era até estranho, o dono da casa parecia ficar meio super protetor e jogava alguma piada, como me irritava eu entrava pra casa logo. 

Eu vi aquela égua brava mais algumas vezes e Connor mostrava medo ao ver que ela poderia se irritar e me atacar, mas isso nunca acontecia. E eu amava ficar no redondel vendo ela correr e  correr, sua crina balançando ao vento era a coisa mais linda que se via ao por do sol. Bem parecido com filmes e fotos de calendários.

Eu vi algumas informações sobre Brandon na TV e confesso que fiquei bem preocupada. Numa entrevista perguntaram sobre o casamento e ele mostrou raiva, eu o conhecia o suficiente pra saber que se fosse perguntado mais alguma coisa relacionada, ele mandaria matar o jornalista. Mas acabou respondendo que estava falando com os sogros e logo marcariam a data.

Me perguntei que merda ele falava com os sogros, meus pais passaram a me odiar quando descobriram que eu estava com ele e até mudaram de país. E eu só me senti aliviada quando me lembrei que eles tinham dinheiro o suficiente pra se protegerem daquele monstro. 

Mesmo assim, ainda lembrei da minha irmã e de sua inocência quando fui expulsa de casa. Fiquei abatida mais tudo melhorou quando Jos chegou e me arrancou de casa no dia em que vi a bendita noticia.

Ela me ensinou a cozinhar algumas coisas e até a lavar roupas, confesso que não era nada difícil separar e colocar roupas numa maquina, mas quando se cresce numa casa chique e depois de adulta vai pra uma prisão mais chique ainda, não dá tempo de aprender esse tipo de coisa simples. 

Oque eu mais gostei, foi de ver as roupas brancas secas e extremamente cheirosas, e aquilo tinha sido obra minha, claro que a maquina fez quase tudo, mas eu tinha aprendido e estendido tudo. 

Fiquei ainda mais contente quando Jos se mostrou satisfeita com o resultado.

...

Na manhã de hoje, conversei com Connor e pedi para que ele me levasse a cidade, pois eu precisava de roupas novas. Ele assentiu e disse que chegaria mais cedo para que pudesse me levar e já me mostrar tudo que tinha de legal lá. 

Depois do almoço ajudei a Jos com a cozinha e ela foi embora.

Eu tomei uma banho rápido e vesti uma calça Legging, por cima um blusão de mangas, nos pés, calcei o meu par de botas e por fim prendi meu cabelo num rabo de cavalo alto.

Fiquei a espera de  Connor e lá pelas duas e meia da tarde, ele chegou. Tomou um banho e bateu na porta do meu quarto me chamando para irmos logo.