Coisa pior

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CONNOR



Eu confesso que odiei a existência de Alessa, quando a vi naquele quarto. Porra, foi o único lugar que pedi pra ela não entrar e acho a infeliz lá dentro ? Eu não consegui me segurar.

Mas, quando ouvi seus gritos durante a madrugada, fiquei muito preocupado, sai como um louco, preparado para matar quem quer que fosse, afinal, esse é o meu trabalho. Quando vi que aquilo não passava de um pesadelo, fiquei mais tranquilo, mas tive pena. 

Fiquei tempo suficiente com ela para que se acalmasse, mesmo continuando irritado com a merda que ela fez.

Aquele quarto guarda tantas coisas, desde as que me fizeram imensamente feliz e até as que me fizeram o infeliz mais triste.


...


Voltei ao trabalho junto com meus peões, depois do almoço, nos estávamos bastante atarefados com tudo, o frio de aproximava e tínhamos que fazer de tudo para ter comida e um bom aquecimento e segurança para os animais.

Fora que alguns bois estavam doentes e outros machucados, alguns lobos invadiram a propriedade e machucaram alguns gados e até mataram algodão, umas das ovelhas que Alessa tinha nomeado. Por isso também fiquei tão irritado com ela fora de casa na outra madrugada, além de estar perto daquela égua arisca, é claro.

Eu iria ter que trazer os cachorros novamente pra fazenda, havia deixado com um colega pois achei que Alessa ficaria com medo, vi a cara dela quando chegou e viu os cachorros. Mas agora ela teria que se acostumar, pois vou acabar perdendo mais animais. 



Estava me preparando para ir buscar os cachorros no fim da tarde, mas antes resolvi entrar em casa pra me certificar se estava tudo bem. Olhei por todos os cômodos e não encontrei aquela garota.

Bati na porta de seu quarto algumas vezes e como não tive respostas entrei. 


— Porque não responde ? — Perguntei olhando ao redor, ela também não estava lá.


Pra onde raios essa mulher foi ?

Sai de casa e fui olhar ao redor da casa, procurei no curral, no estabulo e já havia colocado até os peões que estavam prestes a irem embora para procurar também.


— Patrão, ela não pegou o carro ? —  Abraham perguntou.


— Não, o carro tá atrás da casa, como sempre — Passei as mãos na cabeça.


— Se ela saiu da fazenda, não foi muito longe a pé, o tempo tá quente por demais — Ele comentou do calor e uma chave girou em minha cabeça.


— É isso, o calor ! — Sai correndo para a trilha, era bem provável ela ter ido até a cachoeira. 

Na verdade era mais um palpite, e eu estava torcendo para que estivesse certo.

— ALESSA ? — Ela ia ouvir poucas e boas, que merda ela estava pensando ? — ALESSA ? —


Cheguei no portão e pude vela parada puxando ar.


— Que merda, garota ! — Passei pelo portão vendo o quão ela estava vermelha. — Alessa ?—  


Estava inchada e mal respirava, eu conhecia aquelas marcas muito bem, ela havia sido picada.

— Porra, oque você foi fazer ? —


— Oque aconteceu ? — Devon chegou logo atrás perguntando.


—  Chama o seu primo ! — 

— Oque aconteceu ?— 


Peguei Alessa no colo enquanto ela tentava dizer alguma coisa.


— Abelhas, e ela não esta bem. Agora da pra sair da minha frente, porra !? —  

InevitávelOnde histórias criam vida. Descubra agora