Aprendendo

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ALESSA


Ao me olhar no espelho do banheiro até me assustei. Sabia que por onde as abelhas me picaram estava inchado, mas não imaginei que estaria daquele maneira.

Eu estava cheia de áreas vermelhas com pequenos pontos de onde tinham sido retirados os ferrões.

Suspirei e liguei o chuveiro na temperatura fria, me arrepiei segurando pra não xingar e por mais gelada que a água estivesse, eu senti as coceiras aliviando e fechei os olhos me acostumando gradativamente com a água.


Apoiei a testa no azulejo e pensei em como há ia acordado nessa manhã, balancei a cabeça afastando aquilo da minha mente e logo terminei meu banho.

Sai vestida e fui pra cozinha sentindo cheiro de café. Tenho que admitir, o café que Connor fazia era melhor que qualquer cafeteira poderia passar, com cápsulas absurdamente caras.

— O cheiro está ótimo ! — Sorri e ele se virou trazendo até a mesa dois pratos com panquecas e logo na pia pude ver a fumaça subindo do coador.


— Bom sinal, não é ? —


— Com certeza ! — Peguei duas xicaras no armário e a garrafa que estava na pia. Coloquei na mesa e me sentei.


O silencio se instaurou enquanto comíamos e eu decidi tirar uma duvida.


— Lá no quarto, você disse que me viu pela janela, durante a madrugada, oque estava fazendo lá ? — 


— A sua amiguinha decidiu vir te encontrar. Eu acordei com um barulho e em seguida os cachorros latiram, eu sai pra ver oque era, encontrei ela na sua janela —


— Cachorros ? Aqueles que eu nunca mais vi ? E por acaso, a minha amiga seria a égua ? — Sorri e ele assentiu. — Você levou ela de volta ? —


— Não, mas quando levantei não a vi, provavelmente voltou só — Tomou o ultimo gole do café. — Sim, os cachorros que você nunca mais viu. Apesar do seu medo, eu tive que trazê-los outra vez, alguns lobos e coiotes machucaram os gados e roubaram galinhas —


— Eu não disse que tinha medo deles — 


— Tá brincando ? A sua cara te denunciou de infinitas formas — Riu enquanto se levantava. — Mas não se preocupe, eles são passivos e acatam minhas ordens, são treinados para defender os animais — 


— Pode me dizer o porque de usarem aquelas coleiras que vi quando cheguei aqui ? —


— Para a proteção do pescoço, em brigas com lobos ou coiotes, esse são os primeiros lugares para abater rapidamente. Com essas coleiras eles tem muito mais chances, entendeu ? — 

Afirmei terminando e comer as panquecas.

— Bom, já vou indo, se cuida, qualquer coisa é só gritar que venho correndo —


— Pode deixar — Me levantei e ele saiu depois de colocar o chapéu e pegar as garrafas de água e café.

Comecei a organizar tudo por ali, mas parei quando ouvi Connor me chamar. Segui a voz e fui até a porta, vi os quatro cachorros ali e engoli seco, sai calmamente e desci os degraus da varando parando onde o homem estava.


— Ela dormiu aqui ? — Vi a égua se levantando. 


— Sim, por isso não a vi mais — 


Ia me aproximar mas recuei. Ele me olhou parecendo gostar.


— Quer dar um nome a ela ? — 


— Acho que o dono não vai gostar — 


— Dane-se ele. Ela só tem mais alguns dias aqui, escolha um nome, cansei de chamá-la de égua brava — 

InevitávelOnde histórias criam vida. Descubra agora