Foi um erro

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ALESSA


O beijei outra vez.

Eu precisava sentir que não era aquele monstro ali, eu precisava de Connor mais do que nunca. Ele me fazia sentir segura.

Sabia que enquanto eu estivesse com ele, não ficaria em perigo.

— Alessa ? —

Ele parou e nos afastou.

— Oque eu fiz ? —

— Isso não pode acontecer —

— O'Que ? —

— Foi um erro ter te dito aquilo —

Se levantou.

— Pra te proteger da maneira correta, eu não posso ter distrações. Para te manter realmente segura, não posso me envolver com você —

— Ma-mas eu te contei tudo isso...—

Veio até mim outra vez.

— Eu sei, me desculpa, eu não podia ter te beijado, não podia ter tirado sua roupa, eu sinto muito. E outra coisa, isso tudo que disse, vai servir pra mim te defender ainda melhor —

— Eu achei que...—

— Me desculpa, foi um erro —

— Para de dizer isso ! — Suspirei.

— Eu sinto muito...— Saiu desnorteado pelo quarto e pegou sua camisa xadrez saindo rapidamente.

Eu não podia acreditar naquilo. Como assim ele não podia ? 

— FILHO DA PUTA ! — Levantei-me chutando o travesseiro dele.

Por que Connor fez aquilo comigo ?

Me sentei na cama chorando, eu parecia uma criança enganada.

— Por que ? — Agarrei um travesseiro, eu me sentia a mulher mais idiota do planeta inteirinho.

Passei metade da madrugada chorando enterrada naquela cama e Connor não voltou. Não tinha nem ideia de onde aquele babaca havia se enfiado, e a essa altura não queria saber.

Acabei pegando no sono e só acordei pela manhã.

Me sentei calmamente e olhei para o quarto. Connor estava sentado a pequena mesa tomando café. Já estava vestido e parecia apenas me esperar.

Me olhou de relance e tomou um gole de café.

— Vem comer, daqui a pouco precisamos pegar seus exames. Eles ligaram —

Eu não disse nada, apenas me levantei e fui para o banheiro, tomei um banho e me vesti. 

Saí rapidamente e peguei apenas um café que estava inteiro e tampado. Não fiz questão de me sentar.

Abri a porta e fui saindo depois de também pegar meus documentos.

— Bom dia — Sorri ao ver a senhora na recepção.

— Bom dia, moça — Sorriu e eu abri a porta, partindo de lá.

Andava pelas ruas de onde me lembrava ter passado ontem quando fui ao hospital.

Eu sabia que Connor estava logo atrás, e por mais raiva que sentisse, queria que ele quebrasse aquele silêncio, queria ouvir um pedido de desculpas e até quem sabe receber um outro beijo.

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