Conveniência

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ELISA

Saímos de Hamilton num jatinho fretado por Brandon e depois de poucas horas estávamos em Nova York.

Fui levada para uma nova casa, tudo era diferente, mas tão luxuoso quanto todos os outros imóveis dele. Para pagar a multa ao estado com certeza teria que vender algumas das propriedades.

A porta do carro foi aberta e eu agradeci ao motorista, Mason, o segurança tratou logo de pegar minha mala e eu a peguei outra vez.

— Não se preocupe — Sorri fechado.

— A senhora que sabe —

Disse sem muita emoção, eu nunca gostei muito dele, sempre apoiou as atitudes de Brandon e nunca mostrou um pingo de compaixão comigo ou com qualquer outro.

Sei que ele apenas queria o emprego, mas de tantas vezes que ficamos a sós, ele nunca foi capaz de me dar uma mísera palavra de ajuda.

Segui para dentro da mansão e não fiquei surpresa ao entrar. Um mordomo que não conhecia segurava um enorme maço de rosas vermelhas.

— Boa noite, senhora, como vai ? Seja bem vinda ! — Sorriu me entregando as flores. — O senhor Brandon te espera na área da piscina, vou levá-la —

— Boa noite, muito obrigada — Sorri e deixei a bagagem num canto próximo a nós, não queria dar trabalho a ele.

Fui levada para a área da piscina. O lugar estava muito bem iluminado, a decoração era impecável. Logo à minha frente pude ver uma mesa posta para dois. Brandon estava virado observando a água da piscina iluminada sendo balançada pelo vento.

— Com licença, senhor. Ela chegou —

— Ótimo, nos deixe a sós, Aiden — Sua voz soou pra lá de alegre.

— Obrigado, Aiden — Agradeci e ele apenas acenou com a cabeça, se retirando de lá.

Olhei ao redor, podia tentar afogar aquele infeliz em meio a tanta água.

— Enfim, juntos outra vez —

— Sim...—

Ele se virou segurando uma taça de champanhe e com um sorriso instaurado de orelha a orelha.

— Senti sua falta — Se aproximou.

— Pena que não me valorizava...—

— Você está muito arisca — Sorriu terminando sua bebida.

Puxou a cadeira para que eu me sentasse e assim fiz.
Ele sentou-se à minha frente e me serviu  o champanhe. Tocou um sino e duas mulheres uniformizadas apareceram trazendo um carrinho com bandejas tampadas. Colocaram a mesa e saíram outra vez nem me dando tempo de agradecer.

— Bom apetite, querida — Abriu duas das três bandejas.

Nelas tinham Veal Oscar. Eu gostava bastante deste prato, mas não era com isso que ele me conquistaria. Acho que nem mesmo ele nascendo de novo, eu pararia de ter nojo desse homem.

Fizemos a refeição enquanto apenas ele falava. Eu dava respostas curtas e grossas para findar o tempo que ouvia sua voz.

Quando terminamos de comer me levantei. Queria ir me deixar o mais rápido possível mas fui impedida.

— Fica, esse não é o prato principal — O sorriso foi o mesmo que me deu quando o vi naquele tribunal pela primeira vez.

Sentei puxando minha mão direita que antes ele segurava com firmeza.

InevitávelOnde histórias criam vida. Descubra agora