Suplicas

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ELISA

Comecei a andar enquanto tentava raciocinar aquilo tudo que ouvi de Connor. Era até difícil prosseguir com tantas informações.

Sei que a intenção era me deixar segura, mas as palavras dele me deixaram amedrontada e assustada.

Respirei fundo olhando ao redor e apontei a lanterna para frente, me lembrando das recomendações. Não apontar para cima, pois poderiam me achar.

Ouvi barulhos altos ecoando e tive certeza que eram tiros. Meu coração me implorava pra voltar, mas minha cabeça mandava seguir em frente, o sentimento era péssimo.

Escutei algo como galhos se partindo depois de passar a cachoeira e parei no mesmo instante, apontei a arma em qualquer coisa que estivesse a minha frente e girei no mesmo lugar tentando ver oque quer que fosse com a iluminação da lanterna.

Não vi nada e mesmo sentindo um medo imensuravel percorrer meu corpo, continuei andando.

Cheguei naquele círculo de árvores e um raio iluminou o céu, pingos de chuva molharam minha testa e me lembrei de ter aprendido ainda bem nova que não se podia ficar perto de árvores durante uma chuva. Porém, era mais forte que eu.

Caminhei até o meio daquelas árvores e um vento assoviando forte bagunçou os meus cabelos.

Fechei os olhos e senti como se alguém sussurrando perto dos meus ouvidos me ordenasse algo.

— Volta !...volta !...— Abri os olhos assustada.

— Quem está aí ? — Iluminei tudo a minha volta e não vi ninguém, me arrepiei da cabeça aos pés.

Outro vento ainda mais forte assobiou por entre as folhas das árvores e tive a certeza de ouvir aquilo novamente.

Eu confesso, estava tremendo de medo. Eu sentia muitas energias naquele lugar e já havia dito isso a David. Mas ouvir algo me mandando voltar em meio aquelas circunstâncias, me fez ficar ressabiada.

Oque há poucos segundos eram pingos, se transformou numa forte chuva e me veio imediatamente a lembrança de Connor me contando mais cedo, sobre as crença dos pais e avós naquilo.

Engoli seco ignorando tudo que Connor havia me dito e comecei a correr de volta para a fazenda.

Durante o caminho que parecia ficar mais longo a cada segundo, ouvi uma forte explosão e parei vendo o fogo subir por alguns instantes por cima das árvores e tudo em seguida ser tomado por uma fumaça escura.

— Não...não...não !! — Senti uma pontada no peito e tive dificuldades pra respirar. Meus olhos se encheram e voltei a correr.

Passei depressa pelo portão e vi os restos da casa pegando fogo, tinham muito destroços de madeira espalhados e meu coração quase parou por alguns instantes.

Pisei em algo fofo e olhei pro chão, quase vomitei, eu havia pisado na mão de um homem com um enorme buraco na cabeça.

Joguei a lanterna pra qualquer lado pelo susto que tomei, tive que me segurar pra não gritar e continuei.

Em mais alguns passos, pude ouvir a voz de Brandon e vê-lo em pé, segurando uma arma. Seu alvo era o pai do meu bebê.

— CADÊ A ELISA ? — Brandon esbravejou.

— Vai pro inferno...— Connor deu um sorriso cheio de sangue, pude ver em seus olhos que não tinha o menor medo da morte.

— Acabou pra você —

— Se der mais um passo eu te mato ! — Me mostrei na iluminação que o fogo causava e Brandon se virou.

— Enfim te achei, sua vagabunda ! —

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