Inevitável

Me perdoa

ALESSA

Seguimos viagem e conversamos bastante, comemos mais doces e rimos muito, a madrugada foi ótima.

Mas apesar de tomar café e energético, eu não consegui ficar acordada. Lá pelas cinco da manhã peguei no sono, me lembro pois olhei no rádio enquanto ouvia uma música pra lá de boa.

Senti alguém me balançar e resmunguei.

- Acorda, a gente chegou -

Abri os olhos tendo contato direto com Connor, que me olhava debochado.

- Pra quem ia ficar acordada comigo, você dormiu bem -

Olhei meu corpo, eu estava coberta por uma manta.
Não disse nada, mas confesso que gostei muito, puxei ela mais pra cima.

- Posso dormir mais ? -

- Pode, mas prefiro que seja numa cama, vai acabar ficando com dor. Princesas não são acostumadas a dormir em carruagens -

Bufei.

- E onde tem uma cama ? - Ele apontou a janela ao meu lado.

- Bem ali, é uma boa estalagem, vamos ? -

- Claro ! - Tirei o cinto e ele fez a mesma coisa.

Saímos do carro e Connor pegou as bolsas enquanto eu segurava a manta recém dobrada.

- Bom dia - Ouvimos ao passar pela porta da estalagem.

Era uma senhora vestida numa roupa simples mas muito bem passada e limpa. Ela era morena, de estatura mediana e cabelos grisalhos, parecia ser bem simpática.

- Bom dia - Sorri.

- Bom dia - Disse Connor.

- Como vai, garotão ? -

- Muito bem e a senhora ? -

Ele conhecia todo mundo mesmo ?

- Vou bem e essa moça linda ? -

- Sou a Alessa -

Ela apertou minha mão.

- Eu sou Gertrude, seja muito bem vinda -

- Obrigada -

- Olha, vocês deram sorte, o lugar esta quase cheio, vão querer um quarto ou só estão de passagem ? -

- Dois ! - Me apressei em responder.

- Como eu disse, estamos quase cheios, só tem mais um disponível -

- Ah, mas tendo duas camas, não tem problema -

- O único que sobrou só tem uma cama de casal - Ela sorria paciente.

- Oque ? Não, não vai dar pra ficar aqui -

- Ótimo, vou te levar pra conhecer alguns lugares daqui, vai amar - Connor bufou. - Esse é o único lugar apresentável, mas tem outros, cheio de pervertidos, velhos pinguços, drogados. A opção é sua, pode ir -

- Eu não vou dormir com você ! -

- Quer ir embora ? A porta é ali - Apontou me fazendo revirar os olhos.

- Não teria algum colchão sobrando ? Pode ser pequeno, eu me viro -

- Nós trocamos tudo há dois meses atrás, todos os outros foram para a doação - Ela parecia prender o riso com minha situação.

- Tá, tudo bem, ótimo ! -

Me entregou as chaves do quarto.

- É subindo as escadas, última porta -