Inevitável

Estou aqui

ALESSA

Ver aquele beijo, me quebrou de muitas formas. Eu realmente fiquei muito magoada.

Quando ele me perguntou o que tinha acontecido, eu só senti vontade de socá-lo, porém, resolvi agir de maneira diferente. Se ele iria ignorar oque aconteceu eu também iria.

Ao chegarmos em casa na madrugada, Connor foi dormir e eu até tentei, mas não consegui.

Só ficará relembrando tudo e nada se encaixava em minha cabeça.

...

Um mês inteiro passou, era muito difícil lidar com oque eu sentia, sim, eu estava sentindo algo por ele.

Ainda me lembrava daquele beijo, com ele, eu só me senti mais incapaz, mais feia, mais rejeitada ainda.

Quando passava pela minha cabeça que numa noite Connor disse tudo aquilo pra mim, e na tarde seguinte beijou aquela mulher tão linda, a sensação de rejeição se tornava quase insuportável.

O cheiro dele após o banho perturbava minha cabeça, eu procurava ficar longe o máximo possível. Ele já parecia ter esquecido perfeitamente de todas as palavras e ações. Isso também era doloroso.

Eu sei, pois já havia tentado provocá-lo, colocar vestidos, mesmo tendo marcas a mostra, os pijamas mais curtos, e era sempre a mesma reação, nenhuma cara expressiva e o máximo de normalidade. Sempre agindo indiferente.

Mas eu engolia tudo e tentava seguir, afinal, como ele mesmo disse. Foi um erro.

Com a Fúria, eu consegui muito avanço, ela parecia estar bem mais dócil e não era apenas comigo. Todos os peões me ajudavam, estava sendo ótimo cuidar dela. Eu conseguia me distrair.

Connor disse que vai me ensinar a montar semana que vem. Mesmo com medo, estou contente. Ela já aceitou a cela e obedece tranquilamente alguns comandos.

Hoje, pelo horário de almoço, Abraham me disse sobre a roda de fogueira, disse que eu estava devendo a ele e precisava ir. Seria aqui na fazenda mesmo.

Eu respondi a ele que pensaria e fiquei agradecida pelo convite.

Os meninos comentaram sobre algumas pessoas que viriam de uma fazenda próxima daqui, e sobre uma moça que vinha com o pessoal. Contaram que ela era toda boba com Connor, todos riram, inclusive ele e eu.

Não ficaria com cara de tacho, deixando claro que estava incomodada. Disfarcei ao máximo e segurei minha barra.

Só tive mais certeza de que não iria.

Lá pelas seis ouvi um movimento, as vozes eram conhecidas, eles já estavam preparando tudo. Provavelmente lenha e o restante das coisas.

Corri para o banheiro e tomei um banho quente. Me vesti e voltei ao quarto decidida a não sair mais.

A noite se fez presente e eu ouvi batidas em minha porta. Ao abrir, pude ver Connor parado logo à frente.

— Oi — Sorri.

— Você não vem ? —

— Não, não estou muito bem, vou ficar por aqui —

— Se piorar me fala. Quando o milho assar eu trago pra você —

— Não, obrigada, se sobrar eu como amanhã —