Calafrios

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ELISA


O voo atrasou, não entendi por qual motivo, mas tivemos que esperar, eu não achei ruim. Por mim poderíamos nem ir.

Quando enfim o avião reservado decolou, olhei pela janela vendo tudo ficar minúsculo, consegui de bem longe enxergar a fazenda, o lugar de onde eu não deveria ter saído.

Bufei logo não tendo mais muita visão do avião para fora, a noite se fez presente e eu fechei os olhos querendo chorar novamente.

— Tudo bem ? — Morgan perguntou.

— Sim — O olhei. — Posso te perguntar uma coisa ? —

— Sim, claro — Arrumou a postura.

— Se eu for liberada, dessa porcaria toda, eu posso escolher onde quero ficar ? —

— Claro, mas será por sua conta. Se tudo isso acabar, não temos mais porque te proteger —

— Eu estarei protegida —

— Imagino — Sorriu piscando.

Ele sabia o que estava acontecendo ? Sorri me contendo e fechei os olhos outra vez.

Chegamos a Nova York às duas da manhã. Fui chamada e avisada por Morgan.

Quando saímos do avião, um carro nos esperava no aeroporto particular. Não demorou muito e eu estava num hotel.

Aparentemente não parecia ter muita segurança ali, mas Morgan apontou algumas pessoas como policiais disfarçados e me senti menos desconfortável.

Ele me acompanhou até o quarto, ajudando com a mala e me deu a chave da porta.

— Se precisar, eu estarei no quarto ao lado, não hesite em gritar ou bater. E não se preocupe, logo você estará de volta a fazenda —

— Muito obrigado — Entrei no quarto e deixei a mala no chão. Tirei minhas botas e me deitei.

Puxei do bolso, o celular recém ganhado e tentei ligar para Connor. Não tive respostas, deduzi que talvez fosse o sinal e fiquei apenas olhando o aparelho, mexi em algumas coisas e por curiosidade entrei na galeria.

Confesso que fiquei muito surpresa, tinham ali algumas fotos, uma que tiramos juntos pelo celular dele, na última vez que fomos à cachoeira, outras que eu nem sabia que ele havia tirado.

Nelas eu estava dormindo em seu peito, outras com a Fúria, sorrindo distraída, parecendo despreocupada com o resto do mundo. Eu realmente estava feliz ali, e não via a hora de retornar pra minha felicidade.

Fiquei olhando nossa foto da cachoeira e me encolhi. Permaneci daquele mesmo jeito até ver o dia nascendo, quando isso aconteceu, me levantei e fui até a janela.

Estar e ver a cidade de Nova York outra vez, me trouxe alguns sentimentos. Era como se tudo estivesse diferente, estranho, uma sensação de que aqui nunca foi o meu lugar, e que eu estava longe de casa, já não me sentia mais parte daqui.

No meio disso tudo, algo rondava minha cabeça, será que eu estava me iludindo em relação a Connor ? Ele não parecia ser esse tipo de homem, mas e se eu estivesse apenas sonhando alto ?

Bufei ouvindo baterem na porta. Agradeci mentalmente ao olho mágico e após ver Morgan, abri a fechadura.

— Bom dia —

— Bom dia, você conseguiu dormir ? — Parecia me analisar. — Preciso que esteja pronta logo, seu compromisso é às nove, tem que tomar café antes —

InevitávelOnde histórias criam vida. Descubra agora