03.

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O beco e o borrão amarelo foram a última coisa que ela havia visto antes de acordar em um edifício abandonado, não estava amarrada a nada, mas também não estava livre, todas as portas estavam trancadas, sabia disso porque correu até todas e nenhuma se abriu. Sentou no chão e olhou para a sua mão, sentia a energia no lugar, algo não estava bem.

- O que você quer de mim?- gritou o mais alto que pode mesmo sabendo que ninguém a ouviria.

O chão começou a tremer e foi quando levantou e correu o mais rápido que podia, entrou em uma sala e rapidamente fechou a porta.

- "Muito bem vinda ao nosso teste, vamos ver se você chega até o fim..." - alguém falava mas não havia nada eletrônico ali, apenas uma mochila no canto que parecia não ter serventia - "... pegue a mochila no canto da sala e vamos ver o quanto você corre até o terraço, se você conseguir sair sem antes chover, livre estará."

Pegou a mochila e correu antes que o barulho voltasse de novo, cruzou várias salas e elas pareciam não ter fim até que achou uma escadaria, nenhuma vez parando de correr ou andar, ela não estava cansada, não se sentia assim. Já podia ver o topo e foi quando ouviu o raio, não podia chover, correu até o fim quando viu um borrão se aproximar da escadaria, abriu a porta e correu para fora aterrorizada, ele não podia levá-la de volta ainda não está chovendo.

- Por favor não me machuque. - falou sem se virar.
- Então coloque a mochila no chão e os braços para o alto.
- Você não entende, ainda não começou a chover eu mereço sair, por favor não me machuque.

Ela olha para as nuvens tomando coragem e finalmente se vira, não sabia o que ele era, mas vestia uma roupa vermelha e possuía um emblema no peito, parecia um raio.

- O que chover tem a ver com isso?
- Fui sequestrada e recebi uma mensagem de algum lugar nesse prédio dizendo que eu só podia ir embora se chegasse ao terraço com essa mochila e não estivesse chovendo.
- O que tem na mochila? - ele perguntou sem se aproximar.
- Não sei.
- Então a coloque no chão e se afaste. - e assim ela fez - Se você estiver mentindo.
- Juro que não estou.

Ele se aproximou e abriu a mochila.

- Tem uma bomba, se afasta - ele olhava para aquilo e focava na sua tarefa -, não tem como desarmar isso - olhou para a garota e depois para a bomba levou uma de suas mãos ao lugar onde deveria ser seu ouvido e a encarou - irei fazer isso.

Ele colocou a bomba na mochila e a colocou nas costas.

- O que você vai fazer?

- Irei jogá-la no mar, bem longe da cidade, e volto para te buscar.

Em um flash ele não estava mais ali perto dela, foi até a ponta do edifício e observou enquanto ele corria para salvar a cidade de uma bomba explodir e assustar os moradores.

- Meus parabéns, você passou no teste. - ela se virou e viu um homem em um uniforme igual ao homem de vermelho, a única diferença era que a cor dele era amarelo, ele se aproximou dela - Seria uma pena se você não sobrevivesse para descobrir o que poderia se tornar. - disse e a empurrou do prédio


Ela sentia o vento no seu rosto, logo estaria no chão, fechou seus olhos rezando para que não doesse quando algo a alcançou, sentiu braços a rodearem e não estava mais caindo e sim no topo do prédio.

- Você por acaso é maluca? - disse ele após colocá-la no chão.
- Muito obrigada, você me salvou. - ela o abraçou com lágrimas nos seus olhos - Como deveria o chamar?

Ele não a respondeu, apenas olhou ao redor e depois para o vão e mais uma vez ele a puxou para seus braços e apenas soltou-a em frente a Central de Polícia.

- Mas como... - não tinha mais nada ali, ele já tinha ido e ela mais uma vez estava sozinha e confusa.

A Garota que Foi Embora / Barry AllenOnde histórias criam vida. Descubra agora