09.

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Fazia algum tempo que pensava sobre o que O Raio disse para ela, o segredo dela, a perda de memória, a fazia pensar no motivo de ter saído do Alaska, o passado que sempre temia. Alissa não era de ter medo das coisas, mas ultimamente só o nome do lugar a dava arrepios, não conseguia parar de pensar naquilo, parecia algo que deveria fazer.

Olhou para suas mãos e as mesmas tremiam, mas em uma velocidade sub-humana, aos poucos se lembrava de seus poderes, ela não se sentia assustada, era mais como se sempre soubesse que estivessem ali, só os evitasse, mas não era só isso que vinha e voltava em sua mente, tinha um sentimento, uma que deveria enfrentar o que quer que estivesse se escondendo lá, causando todas aquelas controvérsias na mídia.

Andou até o guarda roupa o abrindo, olhando para a única caixa que tinha medo de abrir, a pegou e a abriu vendo uma roupa preta, não se lembrava muito bem, mas sabia que era seu.

Ela colocou seu uniforme e olhou para os céus, sabia que a floresta era o seu lugar favorito em todo o mundo, por causa da quietude que a transmitia, mas era só isso, por um momento foi como se simplesmente soubesse o que fazer, não era como se suas memórias estivessem voltando do nada,  só sabia o que fazer ali, naquele momento.

Concentrou-se no que queria fazer e foi quando os ventos começaram a ficar mais fortes, olhou para o céu e todo o azul que antes fora ficou cinza, ainda não era o suficiente, e foi quando ouviu um barulho ensurdecedor para todos como ela, com um pensamento apenas um raio a sugou e depois a deixou bem longe dali, mas onde queria estar.


- "Bem vinda ao Alaska" - ironizou perversa, começando a andar pelas ruas.


Todos a olhavam com carinho, podia parecer impossível, mas era roupa, deixava que eles vissem o que queriam ver, como se tivesse um filtro de percepção, muitos viam quem amavam outros quem mais desejavam.

Alissa ainda sentia aquele medo dentro dela mesma, mas também tinha adrenalina, qualquer coisa poderia acontecer agora, e isso era encantador aos seus olhos.

Mais alguns quilômetros e chegou na base, o engraçado de tudo isso foi a primeira pessoa que ela viu, Lois Lane, a repórter do Planeta Diário.


- Desculpa, mas já te vi em algum lugar? - A ruiva perguntou

- Sim e não, sou uma cientista.

- Finalmente você chegou, esperamos seu contato há dias, Alissa White, certo?

- Sim, sou eu.

- Não parece. - Lois a olhou mais de perto.

- Pensei em inovar, sabe como são as coisas do dia a dia. - disse ela tentando relaxar se lembrando da sua roupa

- Bom, claro, siga-me. - Lois andou na frente a guiando até uma caverna. - A propósito você ficou linda loira, bem Taylor Swift na minha opinião.


Quando passaram por entre um espelho, levou um susto, ela realmente parecia a Taylor Swift.


- Droga! - sussurrou


Várias pessoas escavavam e procuravam pistas enquanto as duas andavam até um elevador, Lois apertou um botão sorrindo e em menos de dez minutos já estavam vasculhando o lugar no qual estavam.


- O que realmente aconteceu aqui? - Alissa perguntou

- Fiz minhas pesquisas, e todas elas indicam que uma garota aconteceu aqui.

- Como uma garota podia causar esse estrago?

- Você não pode contar a ninguém Alissa.

- Não o vou fazer, até porque não sou louca.


Lois a puxou até uma sala onde não havia ninguém e se sentou em uma cadeira.


- Falaram que ela não era uma garota normal, a acharam sem memória caminhando pela estrada, não tinha família então a passaram para um orfanato e foi quando aconteceu, um clarão surgiu no céu e quando olharam a garota estava brilhando, o mais importante de tudo isso é que o clarão durou horas e quando acabou ela havia mudado. Estava diferente, foi quando as organizações especiais a pegaram para experimentos.

- Houveram outros?

- Sim, vieram resgata-lá, mas não conseguiram. Na primeira semana consegui invadir os computadores e li todos os documentos. O que uma repórter não faz por uma boa matéria não é? - perguntou sorrindo - Mas o caso é que a menina ficou trancafiada aqui por anos, sem fazer nada, só executando todos os testes que a posicionavam, ela nunca saiu da base.

- Mas e depois do Orfanato?

- Os documentos indicam que ela mudou de rosto, idade, tudo. Era uma pessoa nova, só que agora tinha sete anos de idade.

- E como chegou a isso?

- Acho que ela se cansou de ser pacífica e pelas pegadas deve ter sido ferida.

- Não acho que foi ela Lois, alguma coisa deve estar atrás dela, como um ser pacífico muda radicalmente, ela devia estar assustada e por isso mudou.

- Isso, faz todo o sentido, aqui era uma prisão, mas para o que é a questão.

- Acho que alguém vai ter que conseguir mais informações.


Lois ria já se retirando do lugar, deixando Alissa sozinha. Ela andou por todo o andar a procura de algo familiar, mas nada vinha na sua mente e foi quando tudo começou a se consertar e as memórias voltaram.

A Garota que Foi Embora / Barry AllenOnde histórias criam vida. Descubra agora