06.

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Hoje Alissa era a última a sair. Terminava de limpar as mesas para fechar o estabelecimento e finalmente ir embora, estava tão feliz pelo simples sentimento de que logo estaria em sua cama, quando um vento entra e derruba vários guardanapos e folhas no chão, a única vez que viu algo assim foi quando o borrão amarelo ou o Raio estavam perto, olhou para trás analisando o Velocista Escarlate que parecia confuso.


- O que você é? - ele perguntou áspero

- Como assim?

- Quando te resgatei você se jogou de um prédio com 6 andares e o mais engraçado é que não teve medo.

- Primeiro, me empurraram do prédio e segundo, talvez porque a coragem vença o medo, como você quando correu com aquela bomba e me ajudou. Falando nisso, eu gostaria de agradecer novamente por ter me salvado naquele dia, acho que nunca vai ser o suficiente. - disse ela confiante dando alguns passos até ele

- É o meu dever. - ele sorriu, mas logo voltou ao assunto - Mas não estou falando de coragem, quando te segurei senti uma energia sair de você, como se estivesse me analisando.

- Como estou te analisando agora? - o encarou com um sorriso

- Sim, não. Quer dizer, parecia ser algo a mais.

- Bom, se eu te contar meu segredo você me conta o seu? - disse Alissa.

- Meu segredo? - ele tentava se fingir de forte, mudava sua voz atento a cada coisa que ela falava e a cada passo que a garota dava

- Quem está por trás dessa máscara? - ele se virou para a porta e voltou a olha-lá como se fosse alguma maluca - Tem coisas que precisam continuar escondidas não é?


Sem dizer mais nada ele foi embora, ela possivelmente poderia ter mexido em alguma ferida, ou talvez ele à levou a sério demais, mas a verdade era que estava aterrorizada, não sabia do que ele falava, ou talvez sim, mas não sabia ao que realmente ele se referia. Alissa olhou para trás e lá estava o melhor amigo de Iris sorrindo, acenou para o mesmo e assim ele entrou na Cafeteria.


- Então, estava passando e tomando coragem para te perguntar uma coisa.

- Manda. - ela sorriu para ele

- O que acha de irmos jantar, ou tomar um café, se você quiser, claro.

- Não foi a Iris que falou para você fazer isso né? - perguntou andando até ele

- Bom, não, mas sei que ela queria, já que não parou de falar sobre isso, mas não é a questão. - disse ele rindo 


Ele parou de rir a encarando por alguns segundos tentando saber qual era o mistério que a rondava e se lembrando da noite passada quando a levou até seu apartamento. Ela também tentava entender as intenções dele, não sabia onde iria chegar com aquilo e isso a assustava muito, não gostava de coisas que não conhecia, muito menos sentimentos.


- Então, jantar?

- Claro, vou só buscar minha bolsa.


Alissa trocou de roupa tão rápido que até ela estava surpresa.  Andou até onde Barry estava e sorriu para ele, era intrigante, como ele conseguia ser tão simpático sem ao menos conhecê-la direito.


- Onde você planeja me levar, Allen?

- Em um bar algumas esquinas daqui, vai ser legal Alissa, ainda mais que você não conhece muito sobre a cidade.


Apenas concordou seguindo ele porta a fora, sem esquecer de fechar o Jitters, hoje estava na sua conta deixar tudo em ordem antes de sair.


***


- E então você ficou em coma?

- Sim, por nove meses. - ele sorriu

- Você já namorou alguém, Barry?

- Bom, namorar não, as minhas relações quase nunca permanecem, se ela dura um mês tenho que me sentir aliviado. E você Alissa?

- Nunca namorei na minha vida. - disse ela o surpreendendo

- Só porque você não quis, certo?

- Na verdade não, acho que sou como você, minhas relações nunca duram porque todos que se aproximam de mim se machucam. Sabe fiquei muito tempo tentando compreender e aceitar, então comecei a afastá-los. - disse ela enquanto uma breve lembrança invadiu sua mente

- Isso não faz bem, você tem pelo menos amigos?

- Bom, não aqui em Central City.

- Sim, verdade, você veio do Alaska.

- Qual o problema com o Alaska?

- Não tem problema nenhum. - disse ele rindo. - Só me lembrei disso.


Eles estavam em um bar bem iluminado cheio de pessoas, todas conversando e sorrindo, menos eles que se encaravam, mas Alissa desviou seu olhar para a televisão onde passava a reportagem do Alaska, sua terra natal.

" ...Há alguns dias localizamos pegadas diferentes na região, o que quer que tenha feito o clarão acontecer ainda está aqui!" 

Aquilo ascendeu algo dentro dela, como se a lembrasse de algo, fazia dias que não se lembrava de nada, mas parecia que ele as puxava para fora, se sentia confortável, até que sua cabeça começou a doer muito forte e algumas imagens apareceram, memórias, era uma surpresa dolorosa.


- Barry, você pode me levar em casa?

- Mas já?

- Por favor, não estou me sentindo muito bem.

- Tudo bem.


Depois de pagar a conta e pegarem seus casacos andaram pela rua silenciosa de Central City, ele queria perguntar o porque de estar indo embora tão cedo, mas estava abalado com o que ela disse, apreciava a coragem da garota por vir de tão longe e começar uma vida em um lugar onde não conhecia ninguém.

Alissa se controlava para não chorar e foi quando por um minuto parou de andar e viu todas as luzes piscarem e lá estavam eles, via um lugar todo branco, parecia uma sala e lá estava ela assustada, olhando enquanto flashes brilhavam a sua volta, estava com muito medo, fechou seus olhos por um segundo sentindo o olhar do garoto cair sobre ela, estava sobrecarregada, parecia que ia explodir, as luzes dos postes brilharam fortemente.


- Alissa! - Barry gritou a segurando antes que ela caísse no chão.

A Garota que Foi Embora / Barry AllenOnde histórias criam vida. Descubra agora