Era difícil para ela abrir seus olhos, ainda mais por sentir que havia dias que não o fazia, todo o escuro que estava em sua volta foi ofuscado pela luz que viu assim que conseguiu abrir seus olhos.
A primeira coisa que notou foram as paredes brancas na sua frente, tentou sentar na cama e foi quando viu a grande janela, parecia um Hospital.
Ela tentou ficar de pé e quando conseguiu caminhou até um espelho que ficava ao lado da porta. Viu seus olhos pretos e observou seu grande cabelo castanho escuro, analisou bem seu rosto e não tinha nenhum hematoma.
- Vejo que está de pé. - disse um homem abrindo a porta do quarto e dando de cara com a garota
- Como soube?
- Bem, entrei no quarto e você estava do lado da porta. - ele sorriu - Agora por favor, sente-se.
Sem questionar ela sentou na cama vendo ele caminhar até ela com um sorriso, fez todos os procedimentos necessários para assegurar a saúde da garota e anotou algo na ficha da mesma.
- O que aconteceu comigo, Doutor? - perguntou ela endireitando seu cabelo que caia nos seus olhos
- Você foi achada na estrada desacordada, parece que bateu com seu carro, sorte sua que um homem estava indo visitar uma cidade vizinha e ligou para uma ambulância sobre seu paradeiro.
- Bom, não me lembro disso.
- Eu sei, fizemos alguns testes em você na semana que ficou desacordada e percebemos que teve uma concussão que causou amnésia, então me diz, do que se lembra?
- Bom, estava em um laboratório no Alaska, acho que trabalhava lá. - respondeu ela tentando lembrar
- Sim, correto.
- Como você sabe se está correto?
- Na sua bolsa tinha sua carteira de trabalho e outras coisas, achamos que estava de mudança para Central City. Bom, queríamos ligar para seus parentes, mas descobrimos que você é órfã, então teremos que apurar os fatos de acordo com o que fala, agora me diga o se lembra sobre você.
Ela fechou seus olhos, era tão difícil lembrar, como se não tivesse nada ali, só coisas inúteis sobre DNA e mutações genéticas, era incrível o como a mente humana atuava em situações de estresse e pressão.
- Bom, meu nome é Alissa White, venho do Alaska, tenho quase certeza que sou formada em medicina, mas não sei a razão que estava vindo para esta cidade.
- Bom Alissa, nem nós, sua amnésia pode ser curada com o tempo, você só perdeu memórias passadas o que é bom, mas ficará essa noite no hospital para vermos se amanhã esquecerá da nossa conversa.
- E as coisas que estavam comigo?
- Sim, duas malas e uma bolsa, estão ali no canto do quarto, se não esquecer de nada quando acordar pode colocar suas roupas normais e me esperar para dar a sua alta.
- Obrigada Doutor.
Ele se despediu saindo do quarto, nada fazia sentido, andou até sua bolsa e viu todos os documentos que levava, abriu as malas e encontrou roupas e sapatos, olhou os documentos de novo e viu que tinha um sobre um apartamento, ela estava mesmo de mudança, era a única coisa que passava na sua cabeça.
***
Fazia um mês desde que teve alta no Hospital, ela finalmente estava com tudo em ordem na sua vida, tinha descoberto que realmente era dona de um apartamento e nas primeiras semanas que ganhou alta foi até ele e se aconchegou, o tornando sua casa, depois procurou um emprego, sua primeira opção foi trabalhar no Hospital, mas ao se lembrar que tinha ido embora da sua cidade natal resolveu fazer algo mais normal.
Voltava para seu apartamento quando passou por uma Cafeteria, com uma placa dizendo que estavam contratando, após passar o dia procurando por emprego, não faria mal tentar ali, sem falar que era duas quadras do seu apartamento, seria ótimo trabalhar ali. Não teve muita dificuldade, algumas perguntas, e o emprego era dela.
Era triste estar em sua situação, não tinha pais, era órfã e fugia de algo, era única coisa que alegou depois de dias tentando saber o motivo de ter vindo para Central City, e a lembrança do Alaska a assustava mais que tudo, era como se lá fosse sua sombra, uma coisa que queria esquecer.
- Alissa, já vamos abrir, acelera se não vai limpar as mesas. - disse Iris na porta dando um sorriso
- Já estou pronta. - disse ela terminando de arrumar seu avental e acompanhando a garota - Nossa, hoje você muito feliz para o meu gosto.
- Estou sentindo que vou ter um ótimo dia.
E foi verdade, naquele dia seu amigo tinha acordado do coma que esteve por nove meses, ela não pode conhecê-lo, pois estava nos fundos, mas Charlie disse que teria que cobrir para Iris, o que não seria um problema, já que ela era sua única amiga e não faria nada hoje, como sempre.
- Você é incrível Alissa. - disse Iris guardando algumas cadeiras
- Saiba que quando eu precisar que me cubra, você vai fazer sem nenhum questionamento.
- Sim senhora. - sorriu a mesma - Mas você tinha que ver ele, nem parecia que ficou nove meses em um coma.
- O que aconteceu com ele?
- Bom, foi atingido por um raio.
- E ele sobreviveu? - perguntou recebendo uma confirmação de Iris que apenas desligou as luzes acompanhando a amiga até a parte de fora - Ele é um milagre.
- É isso o que dissemos à ele. - disse sorrindo
- Até amanhã West.
- Até White.
Milagres acontecem, ela sabia, quando o médico voltou no dia seguinte a ela ter acordado o mesmo disse que ela poderia ter perdido a habilidade de fixar novas memórias, mas que isso não aconteceria, graças a algum tipo de milagre, e isso a deixou feliz, pois seria triste ter que acordar todos os dias esquecendo o que aconteceu no dia anterior.
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A Garota que Foi Embora / Barry Allen
FanfictionAlissa White é nova em Central City e sofre lapsos de memória, a única coisa que ela tem certeza é que está ali para recomeçar sua vida do zero, mas seria possível fazer isso depois de ser salva pelo Raio? Tudo começa a se acertar assim que vários...