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Carlos

To a seis meses trabalhando naquela escola, e eu juro que vou acabar enlouquecendo, aqueles alunos eram terríveis, por Deus, e parece que nessa escola, parece que não existe uma coisa chamada respeito.

Perdi as contas de quantas vezes eu mandei alunos para a direção, e o paspalho do Rodolfo culpar a mim, por ser 'chato de mais'.

Já não basta meus problemas pessoais, que já são bem graves, e agora tenho que lidar com essa povo endiabrado.
A minha sorte é que eles parecem entender rápido os conteúdos que eu passo, menos aquela bendita aluna do terceiro ano, Melissa Silva.

Nunca vi uma aluna mais estabanada e ruim de matemática na minha vida. Eu já apliquei varias provas e testes surpresas nesses seis meses.

E ela foi péssima em todos, eu que a ajudava para ela não ficar sem nota, ia na mesa explicava, recordava...
Mas Melissa parecia distante e sem rumo, sem vontade de fazer as coisas.

E óbvio que o bullying que faziam com ela contribuiram para ela ficar cada dia mais deprimida e triste. Por isso decidi pegar mais leve com ela, mas bem que ela poderia se esforçar mais de vez em quando.

Eu estava ficando mais puto, por a aluna mais rebelde e insuportável da turma, Rebeca, decidiu que queria me seduzir para ganhar nota.

Era roupa muito curta, era voz de bebê, era um humilhação atrás da outra, pois eu sempre a cortava com respostas ignorantes.
E também tirava ótimas notas, eu até imagino o que ela faz pra com seguir isso, era uma aluna completamente completamente fora da casa.

E agora Rodolfo inventou de fazer um acampamento de uma semana para o terceiro ano. E ele me pediu para supervisionar aquelas peste durante a viagem.

Eu concordei, mas muito a contra gosto. Era bem cedo numa terça feira, a sala estava um caos, eu já tinha passado o conteúdo para eles, mas pelo visto, estavam pouco se fodendo para aquilo.

Rebeca era o motivo da sala estar aquela bagunça, mas já percebi que Rodolfo não aceitava que sua filha era um demônio na terra.
Sim Rebeca era filha do diretor, e ela achava que isso dava o direito dela fazer o que quisesse na minha aula.

Melissa como sempre estava lá fundo da sala, quieta e sem falar com ninguém nem mesmo com Miranda, que também estava bem quietinha, mas também não copiava nada. Eu não me surpreendi com aquele comportamento já me acostumei durante o semestre.

Então eu ouvi uma batida na porta, e a sala ficou em silêncio.  "Entre!"
Lá entrou Rodolfo, com a cara sorridente, parecendo de quem trepou de manhã.
"Bom dia a todos"
Todos responderam e eu fiquei sentado esperando ele dar um recado.

"Bom alunos, eu só passei aqui para dar o recado de que teremos um acampamento antes da férias.
Todos gritarmos de alegria, e eu continuei só observando.
"Bom eu vou passar aqui o papelzinho para a mãe de vocês assinarem.

Então ele foi passando o papel para todos, eu não estava nem um pouco animado com aquilo, mas eu também não queria ficar em casa se não eu iria acabar matando alguém lá dentro.

"O professor Carlos é quem vai supervisionar vocês durante o passeio.
Ninguém disse nada, tudo bem, eu também não gostava daquele povo. Era isso que dava ser professor por amor, to começando a achar que eu deveria ter seguido a carreira de advogado.

Ao olhar algumas coisas na minha agenda, eu percebi que Melissa estava com quase zero de nota. Tudo bem ter aluno desinteressado, mas não ta nada bem você ser um o professor desinteressado.

Rodolfo saiu, e eu me dirigir a aluna mais estranha da classe.
"Melissa, podemos conversar um minuto lá fora?"
Ela me olhou espantada, e eu achei fofo.
"Claro professor"

E nos dois saímos para fora, e ela se encostou na parede, e de novo eu estava hipnotizado pela beleza daquela garota, eu deveria parecer um louco olhado para ela, pois ela me olhava assustada. "Professor?"

A voz doce dela me despertou do devaneio, e logo tratei de me concentrar.
"Bom Melissa, eu notei que você não tem se esforçado muito na minha matéria. Suas notas estão péssimas. Posso saber o que esta acontecendo?"

Ela se encolheu, e abaixou a cabeça, eu acho aquilo um pouco frustrante, por Deus, era tão difícil olhar nos olhos enquanto fala.

"Nada não, professor"
A voz dela era tão baixa que eu quase nao escuto. Eu respirei fundo.
"Você quase não tem nenhuma nota, não faz nenhum dos exercícios que eu te passo, você péssima mas provas. Você tem algum problema comigo?"
"Nao senhor"

"Não me chame de senhor, que eu não sou velho o suficiente para isso"
Ela ficou calada, e do nada surgiu uma ideia na minha cabeça.

"Você vai pro acampamento?" perguntei rapidamente.
Ela me olhou confusa, parecendo não saber o que dizer, o que ela tinha para pensar? Era só dizer sim ou não.
"Eu não sei ainda professor"

"É melhor você ir, porque eu vou te ensinar o básico da matemática nesses sete dias, e depois eu vou te passar uma avaliação que vai valer nota ouviu?"
Eu sabia que o que estava fazendo era errado, todos os alunos mereciam as mesmas oportunidades, mas o caso de Melissa é muito preocupante para ser ignorado.

"Ok professor, mas essa avaliação e só para mim, e os outros alunos?"
"Você quer ficar sem nota, e reprovar de ano?"
"Não, mas..."

"Sem mais senhorita Silva, você é a que tem a pior nota da turma, então sim, vou te ensinar particularmente todos o cálculos, e depois e vou te passar a prova, mas ninguém precisa saber, se não vou ter que passar uma prova desnecessária para todo mundo."

"Desnecessária?"
"Todos da turma estão avançados Melissa, só você que esta atrasada."
"Ohhh, entendi"
O sinal tocou o que indicava que estava na hora do lanche.


Nadando Contra A EscuridãoOnde histórias criam vida. Descubra agora