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Eu e Melissa nos arrumamos bem rápido, afinal, eu não queria que ninguém desconfiasse de nada ainda, ela saiu do meu quarto primeiro, mas não antes de nos beijarmos apaixonadamente. Eu tinha alguns planos para quando todo mundo for dormir.
Alguns momentos depois, eu também desci as escadas, e fui direto para a sala de jantar.

Eu tomo um susto, pois uma mulher negra e alta com uma cicatriz enorme em sua bochecha. Ela usava um vestido preto colado ao corpo, e saltos da mesma cor, bem altos. Quem era ela?
"Boa noite." digo educadamente, tentado ignorar sua cicatriz. Aquela mulher me deu um sorriso assustador, olho para minha, que parece muito incomodada com a presença daquela mulher.

"Olá, meu nome é Suzane Silva, sou a mãe de Melissa."
Meu coração para e meu sangue gela. Olho para minha mãe e ela parece desesperada agora. Misericórdia, será que Melissa sabe que essa mulher esta aqui? Decido manter a cabeça fria e calma.
"No que podemos te ajudar?" pergunto com a mesma educação de antes.

"Em nada, eu só vim aqui buscar meu bebê, agora que a tia dela morreu, só sobrou a mim para ela no mundo."
A calma daquela mulher, estava começando a me irritar.
"Por que não veio antes?"
Ela deu uma risada estrondosa.
"Melissa quase nunca sai desta casa, então tu vê que vir pessoalmente."

Então Melissa aparece bem atrás de Suzane, com os olhos arregalados e respiração pesada, lágrimas encheram os seus olhos. Eu nunca vi ninguém ficar assim tão incomodado na presença de alguém.
"O que faz aqui?"
Suzane ilha para trás de e abre os braços e vai em direção de Melissa.

"Ho, minha doce Mel, você está aqui!"
Melissa tem nenhuma reação com o abraço da mãe, é como se ela estivesse em transe, mil coisas se passando pela cabeça dela. Suzane a soltou, é disse:
"Hoje, você vai bora comigo, meu amor."
Essa frase, parece despertar Melissa do transe dela, ela olha com fúria contida.

"Eu não fiz dezoito anos ainda." responde Melissa.
"E precisa? Você não tem mais ninguém nesse mundo criado por Deus."
Melissa não tinha resposta para aquilo.
"Ela tem a mim."
A mãe de Melissa me olha com aquele olhar psicótico, era de gelar a alma.

"Você, meu querido, é apenas um professor de muita tigela, não é ninguém! Só porquê você comeu minha inocente filhinha, não significa que ela é alguma coisa sua."
"Carlos!" minha mãe grita, eu nem me importo, Suzane só me deu uma carta branca para poder brigar.
"E você, minha queridinha, é uma maluca que fugiu de um manicômio! Voce pode ser presa sabia?"

Suzane olha para filha, como se fosse a maior traidora do mundo.
"Já liguei para a polícia!"
Disse Sebastian, entrando na sala como um vulto. Suzane ilha furiosa para nós.
"Você é uma cobra!" então ela da um tapa no rosto de Melissa, isso me enfurece de um jeito, eu vou em direção das duas e empurro aquela louca para longe da minha Mel, eu abraço Melissa com força, enquanto ela chora. Raquel se levanta do sofá furiosamente, e direciona as palavras para a maluca de pedra.

"Se eu fosse você, eu sairia desta casa, agora! Se não quer ser levada pela polícia"
Suzane olha para todos nós com ódio, e depois ela pega a bolsa dela e sai como se fosse uma Madame. Mas não vai antes de dizer as seguintes palavras:
"Vocês pensam que essa menina é uma santinha, mas vocês não perdem por esperar, quando vocês menos esperam, a vida de vocês estará acabada, por dessa dela."

Eu nem ligo para o que essa mulher diz. Ela sai e Melissa chora muito contra o meu peito, era cortar o coração.
"Sebastian, pega uma água para Melissa, por favor."
Melissa não para de chorar, mas então, ela me olha com desespero."
"Eu preciso, contar uma coisa."
"Sabe que pode me contar o que quiser."

"Se eu te contar isso, você vai me odiar!"
"Querida, não se preocupe, pode contar a gente." diz Raquel.
Melissa respira fundo, e começa a falar.
"Na verdade, foi eu que matei Pedro."
Eu fico espantado ao escutar aquilo.
"Pedro... Seu padrasto?"
"Sim, no dia que ele tentou abusar de mim, eu corri pela casa, até que cheguei até a cozinha, ele me perseguiu até lá, então eu enfiei uma faca no bucho dele."

Melissa nem parecia mais tão chorosa quanto antes, ela parecia tão... Desgostosa.
"Por que você me escondeu isso?"
Agora as lágrimas dela cobriram seus olhos, mas Melissa se segurou para derrama-las.
"Porque eu fiquei com medo de você me denunciar."

Eu não sabia o que dizer naquele momento, olho para minha mãe que me olha com o mesma espanto no rosto.
"Melissa..."
"Depois que eu o matei, a história se seguiu, minha mãe chegou mas foi pior pois ela queria me matar também, com medo, eu a acusei de tar matado Pedro."

"Melissa, você está sendo completamente honesta comigo?"
"Sim, eu estou sendo, o resto é tudo verdade, Pedro me batia, minha mãe também, eu só matei por impulso... Ele... Ele... Queria... "
Eu me lembrei da primeira regra da advocacia, que meu pai me ensinou. "Nunca se deixe levar pelas lágrimas de um criminoso, por mais inocente que possa parecer."

Eu estava confuso, não sabia em que acreditar, eu simplesmente não sabia o que fazer.
"Melissa, vá para o seu quarto, depois conversamos."
"Você esta com raiva de mim?"
"Sim, eu estou bravo com você, mas por você ter mentido para mim, eu simplesmente não suporto mentiras!"

Eu não pretendia gritar, mas eu estava realmente confuso. Minha mãe apertou o meu braço, e Melissa se foi.
"Querido, você está bem?"
"Ela mentiu para mim, mãe, mentiu."
"E você pode culpa-la?"
"Claro que posso! Eu... Eu confiei nela, e ela é uma assassina!"
"Meu filho, quantos anos ela tinha, quando aconteceu?"

Eu tento me lembrar.
"Supostamente, oito para dez anos."
"Ela era uma criança, filho, e pelo o que eu vi, ela não tinha ninguém para protege-la."
Essas palavras me fazem pensar. Realmente, o que uma criança fraca, poderia fazer contra um homem adulto? Mas ela poderia me dizer a verdade desde o princípio, se eu não denunciei a mae dela, por que eu a denunciaria?

E tem a parte que eu estou completamente apaixonado por Melissa, eu sei disso, porquê eu não consigo imaginar minha vida sem ela. Eu peço licença para minha mãe, e vou para o quarto. Sinto o cansaço diretamente em meus ossos, mas eu não posso desistir agora, vou direto para o quarto de Melissa.
Eu estou parado bem na frente da porta dela, prestes a bater, ainda tentado formular as minhas perguntas. Tomando coragem, eu bato na porta, o que é respondido com choroso, entra.

Entro dentro do quarto, é vejo Melissa deitada da cama, chorando como nunca. Ao me ver, ela se coloca sentada.
"Melissa, eu só vou perguntar uma vez, Diga-me, com sinceridade e detalhes, o porquê você mentiu para mim. Já vou avisando, que não vou tolerar mais mentiras suas, entendeu?"

Ela faz sim com a cabeça, e então ela começou a falar:
"Como eu disse, eu fiquei com medo, eu não sabia com quem fale, eu estava desesperada. Minha mãe veio atrás de mim, ela queria, porque queria que eu fosse com ela. Apenas ela sabia que eu matei Pedro, apenas ela, minha tia não poderia saber, não poderia."

"Se sua mãe não matou ninguém, por que acredita que sua tia foi morta por ela?"
"Porque minha mãe tentou me matar, querendo me afogar na banheira, agora ela quer voltar a brincar de ser mãe, quem me garante que ela não matou minha tia?"
Eu andei por um lado e outro, tentando pensar.
"Você, ainda está furioso comigo?"

"Eu estou puto com você, Melissa!" ela se encolhe. "Mas não por você ter matado um abusador de merda, quando você ela criança, apenas por você me fazer de bobo esse tempo todo."
"Eu não te fiz de bobo..."
"Fez sim, por que ficou com medo de contar tudo? Por que pensou que eu iria te denunciar? Você é menor de idade, Melissa."

"Eu só queria saber! So fiz um teste, se denunciasse minha mãe, eu estaria em perigo se falasse que foi eu que fiz a merda."
Ainda não tinha me convencido, mas por enquanto servia.
"Olha, Melissa, cometeu um grande erro não me contando, mas eu não vou te abandonar agora, eu vou denunciar a sua mãe, e vamos descobrir se ela cometeu algum crime de verdade!"

Nadando Contra A EscuridãoOnde histórias criam vida. Descubra agora