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Carlos

Quando Melissa caiu no sono, em meu colo, com muito cuidado eu a peguei no colo, ela acordou, porém eu expliquei que deveria levar ela para o quarto. Imediatamente ela voltou a fechar os olhos, eu caminhei de com ela em meus braços. As pessoas olhavam para nos como se fomos dois bichos, mas eu não me importei. Coloquei Melissa na cama, e a cobri, ela dormia tranquila, como se na tivesse nenhum tipo de problema.

Dei um beijo na testa de Melissa, e sai do quarto, todo já estava sendo arrumado para levar o corpo para o cemitério, procuro minha mãe com os olhos, assim que a vejo eu vou até ela.
"Precisamos conversar."
Ela toma um susto pois ela estava conversando com Fernanda, mas logo ela aceita e nos dois vamos para o escritório. Eu tranco a porta.

"Então, meu filho, sobre o que quer conversar."
Eu respiro e respondo.
"Sobre Melissa."
A expressão de Raquel assume um aspecto de tristeza, e então ela se senta em um sofá.
"Eu sinto muita pena dela, ela não tem mais ninguém nesse mundo."

Ela tem a mãe maluca dela, mas duvido que essa seja uma responsável adequada.
"Ela pode vim morar com agente."
Minha me olha em espanto, desacreditada.
"Ela? Morar aqui?"
Eu faço sim com a cabeça, Raquel pensa um pouco, então ela responde.
"Não seria muito estranho... Falar para morar aqui?"

"Ela já trabalha aqui... Mas logo ela tem voltar a estudar, você acha justo deixa-la sozinha assim? Você não considerava Bianca sua melhor amiga?"
Raquel pensa mais um pouco e então ela responde.
"Você tá certo... Amanhã mesmo eu falo com Melissa."

Eu fico sério por fora, mas por dentro eu sentia que estava soltando fogos de artifício. Eu vou até ela e a abraço muito forte, e digo que a amo. E saio do escritório com um sorriso no rosto.

No dia seguinte...

Acordei hoje com com os meus pés gelados, o que só podia significar uma coisa, chegou o inverno. Uma das melhores épocas do ano. Eu amo frio. Levanto da cama e quase pulo ao sentir o chão gelado, eu escuto alguém bater na porta. Eu vou na ponta dos pés abrir a porta, e fico surpreso ao ver Melissa, e sua cara não era das melhores.

"Você é um cretino!"
Eu fico sem entender, mas eu puxo Melissa para dentro do quarto, olho dos dois lados do corredor para ver se tem alguém. Fecho a porta e a tranco, acendo a luz e observo Melissa.
"Pode me dizer, por favor, do que esta falando?" pergunto com impaciência. "E que horas são?"
"Raquel falou comigo. E agora é quase meio -dia, seu preguiçoso de merda."

Do que ela acabou de me chamar?
"Escute aqui, você não é ninguém para entrar no meu quarto e me xingar,ouviu? E o que a minha mãe te falou?

Ela pareceu ficar ainda mais furiosa.
"Eu não sou ninguém? Então por que você pediu para sua mãe me deixar morar aqui? Eu não te pedi isso?"
"Então prefere ficar completamente sozinha?! Com sua mãe psicopata a solta?!"
"Isso não é assunto seu!"
Respiro fundo.

"Melissa, pode até ser que não seja assunto meu, mas eu me preocupo com você, e você acabou de perder sua tia, a pessoa mais próxima de você tinha nesse mundo, eu só achei que você não deveria ficar sozinha nesse momento tão difícil."
Eu tentei dizer isso da maneira mais calma possível.

Melissa então desaba no chão e chorando, ela fica de joelhos, eu vou correndo até ela para abraça-la, eu a conduzo até cama, lá ela chora no meu ombro. Sera que eu disse alguma besteira?
"O que eu faço agora, Carlos?"
Eu acaricio o seu cabelo, e a faço olhar para mim.

"Você precisa ser forte, mas não tem porquê ficar só, você tem a mim, a Miranda, e farei que tenha a minha família também."
I

sso parece emociona-la. Ela chora mais ainda.

"Mas que droga, achei que tinha esgotado minhas lágrimas ontem!"
Ela diz em frustração.
"É bem normal ficar chorando depois de perder alguém importante."

"Voce chorou muito quando seu pai morreu?"
A memória daquele fatídico dia vem a tona, foi extremamente parecida com o que aconteceu antes de ontem.
"Chorei Melissa, chorei muito."
Quando dei por mim, Melissa já não chorava mais, ela apenas me olhava com curiosidade.

"Carlos, você não acha estranho o jeito que minha tia morreu?"
Fico surpreso com a pergunta.
"Ela sofreu um ataque, Mel.
"Eu sei, mas... Foi tão de repente, ela estava normal... Um pouco irritada e nervosa é claro... E ela me disse que tinha falado com minha mãe."
Essa última frase me chamou atenção.

"Ela disse o quê?"
"Que tinha falado com minha mãe... " então as peças pareceram se encaixar na cabeça de Melissa. "Carlos será que...?
"Não tenho certeza, mas é provável."
"Por que Suzane faria isso? Nós tinhamos um trato.
Eu penso um pouco para responder.

"Talvez Bianca tivesse descobrido de alguma forma sobre Suzane... Por tanto, Suzane deve ser se sentido ameaçada. Era por isso que Bianca queria ir embora daqui?"
Melissa se encolhe.
"Sim... Bianca apareceu no meu quanto muito brava, pois dizia ela que tinha falado com minha mãe, que tinha descobrido sobre eu e você, enfim, deu que ela queria de todo jeito sair da cidade naquela mesma  manhã.

"Por que Suzane iria querer entrar em contato com sua tia? Isso não faz sentido."
"E alguma coisa que aquela louca faz tem sentido? Ela não exitou em entra em contato com você por exemplo. Mas enfim, eu só quero saber como Suzane conseguiu fazer minha tia ter um ataque."
Eu respiro fundo.
"Melissa, pode ter a hipótese de que sua mãe apenas teve um ataque cardíaco, talvez nem seja culpa de ninguém."

Tento ser gentil com as palavras, mas Melissa me olha com raiva.
"Você tem razão, pode haver essa hipótese, mas eu quero saber uma coisinha: como sua família vai estar segura comigo morando aqui?"
"Do que esta falando?"
Ela da um sorriso irônico.
"E ainda se faz de sonso. Eu vou explicar: um certo alguém esqueceu que eu tenho uma louca assassina como mãe, e convenceu a mãe dele me deixar morar aqui."

Eu imediatamente entendo o que ela quer dizer.
"Ninguém vai encostar um dedo na minha família, e bem em você."
"Vou fingir que acredito, mas eu quero te pedir um favorzinho."
"Peça."
"Que conte tudo a sua mãe... Das suspeitas sobre a causa da morte de Bianca, do meu passado, se quiser pode até falar do nosso caso, mas eu quero que todo mundo saiba no que você esta os metendo.





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