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Carlos

Por incrível que pareça, eu estava gostando dessa trilha. Me lembra de quando eu e meu pai fazíamos trilhas, faziam tanto tempo que eu tinha me esquecido da sensação. Apesar de ser bem longa e as reclamações dos alunos. Mas o vento batendo em meu rosto, o baixo som dos pássaros cantando, fazia tudo valer a pena.

Eu ainda estava nervoso com tudo que acontecerá na minha caminhonete, eu realmente fiquei excitado com a presença de Melissa. Também vestida daquele jeito, pelo amor Deus, óbvio que eu fiquei olhando para suas pernas , seus seios avantajados, e seu rosto de anjo.

Eu sei que é nojento, um homem de 32 anos atraindo por uma garota de 17, eu nunca me interessei por mulher muito abaixo da minha idade. Na minha mente, isso era uma coisa horrível de se fazer. Sem contar que isso pode dar muito ruim para mim.

Naquele carro, Melissa era bem diferente da menina tímida e assustada que eu vejo na sala de aula, lá ela era uma cheia de vida e Alegre. Ela confiou em mim como professor, é isso que devo por em minha cabeça, ela era uma aluna que precisava de ajuda. Eu serei essa ajuda.

"Chegamos!"
Lá estava o lago, todos foram correndo, até lá, os meninos ficando só de bermuda e as meninas de biquini. Todos estavam felizes e alegres, eu também iria dar um mergulho, mas só seria de noite, quando ninguém estivesse olhando. Eu me sentei na grama e apenas observei as crianças brincando na água.

"Deveria aproveitar esse tempo para me ensinar matemática, professor"
Eu nem tinha percebido que Melissa estava ao meu lado, ela sorria para mim, e parecia empolgada. Eu sorri de volta.
"Espero que tenha trazido seu caderno e estojo Mel."
Melissa sorriu, e mexeu na mochila, ela revirou, e pegou o caderno e estojo.
"Muito bem, eu vou te ensinar a função afim."
"Certo, professor".

Me surpreendi ao ver o quanto Melissa aprende rápido, eu não precisava explicar muitas vezes para ela entender. Fico pensando o quanto, o antigo professor de Melissa deveria ser incompetente com ela.

"Melissa, você está indo muito bem, mas por que você não vai nadar um pouco, como todo mundo?"
Ela deu de ombros e respondeu:
"Eu não sei nadar."
"Como assim não sabe nadar?" perguntei espantado. "Nadar é uma das melhores coisas do mundo"

Ela sorriu, fechou o caderno e o guardou.
"Ninguém nunca me ensinou a nadar, professor."
Resolvi mudar de assunto, aquela coisa de nadar pareceu deixa-la desconfortável.
"Me diga, o que seus pais fazem da vida?"
Se ela parecia desconfortável antes, agora ela parecia triste. Droga!
"Você quer mesmo saber?"
Fiquei surpreso com a pergunta.
"Claro que quero saber, sou seu professor, pode confiar em mim."

Ela respirou fundo, e começou a falar.
"Meu pai fugiu quando eu tinha 1 ano, minha mãe foi presa e internada quando eu tinha 8 anos, ou seja, não sei o que meus pais fazem da vida, não sei nada deles."
Minha mente estava dando voltas e voltas, tentando processar tudo aquilo que ela me disse.
"E quem cuida de você?"
"Minha tia Bianca, ela é empregada doméstica"
"Entendi, pelos menos você tem alguém no mundo neh?"

Ela da aquele sorriso lindo que me deixa todo mole.
"Sim, Bianca é realmente uma pessoa maravilhosa. Mas e você, o que seu pai faz da vida?
Olhei para ela confuso, porque ela queria saber apenas do meu pai?
"Como?"
"Oras, você falou que sua mãe é médica, mas não falou do seu pai prof.
" Aaaaahhhh, é verdade, bom o meu pai era advogado."
"Era?"
"Ele morreu faz 5 anos"
"Sinto muito"

"Não sinta, ele teve uma boa vida, ele foi em paz."
Ela sorriu, e olhou de novo nos meus olhos, Melissa parecia hipnotizada, e eu como o idiota que sou, me concentrei nos lábios dela, que eram tão perfeitos, minha mente pervertida ficou se perguntando, como seria se eu os beijasse? Como seria ter eles em outras partes do corpo? Em meus ombros, meu peito, no meu...

Eu desviei o olhar. Me levantei, já nervoso.
"Todos de volta ao acampamento, hora de montar as barracas! E nos continuamos nossas aulas depois Melissa.
Ela se encolheu com minha mudança de Tom, eu estava sendo um estúpido, um idiota. Por que meu Deus, por quê?
Ela se levantou e colocou a mochila nas costas. E saiu correndo junto com os outros.

Eu havia ficado louco, pirado ou bêbado? Ter um pensamento daqueles sobre uma aluna era horrível, além do mais, por que eu falei tanto da minha vida para ela? Ela era aluna e eu o professor, fazia sentido ela se abrir para mim, mas não eu me abrir com ela.
Guiei os alunos até ao acampamento, já estava no quase no final da tarde, mas daria para eles montarem suas barracas antes de anoitecer.



Nadando Contra A EscuridãoOnde histórias criam vida. Descubra agora