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Carlos

Desde das três da tarde que eu estava mocozado dentro do meu quarto, dormindo em baixo de um monte de cobertas. Estava tão quentinho e confortável. Uma maravilha. Até que escutei a voz de uma mulher batendo na porta, a contra gosto, fui até a porta ver quem era. Pelo fato do quarto estar escuro, eu saio tropeçando em tudo.

"Sim?" digo abrindo a porta. Era uma mulher, de pele escura, baixinha, vestida de empregada, um pouco acima da idade, ela me olhou em desaprovação, ela estava parecendo minha mãe, me olhando daquele jeito. "Quem é você?"

"Sou a empregada Bianca senhor, eu trabalho aqui."
A olho desconfiado.
"E como é que eu nunca te vi por aqui?"
"Bom, o senhor vive dentro desse quarto, e nunca deixa ninguém entrar, a não ser k mordomo, e só sai quando eu não estou..."

"Ta bom, chega..." digo logo para ela parar de falar o quanto eu sou imprestável. "Diga-me, o que você quer?"
"A senhora Raquel mandou, eu vim aqui chamar o senhor, para que se arrume para o jantar"

"Ata, tudo bem eee..." eu a olho de cima a baixo, e depois lhe dou um sorriso, para compensar a minha falta de educação de antes. "Não me chame de senhor, me sinto velho, quando me chamam assim. Me chame de Carlos."

"Esta bem, mas acho melhor se vestir logo, Carlos."
Ela me olha de cima a baixo, com um sorriso tímido, e eu olho para onde ela estava olhando, e percebo que estou só de cueca, imediatamente eu fecho a porta, até consigo escutar o riso de Bianca do lado de fora.

Acendo a luz do meu quarto, e vou até o guarda roupa, e vejo o que tenho disponível.
Bom , eu tinha um smoking preto que usei no meu casamento, que eu não sabia o que estava fazendo ali, tinha um terno que eu sempre uso em ocasiões mas especiais, com reunião de pais... Tinha bastante coisa, não queria ficar tudo frufru.

Vou ao banheiro, tomo um banho, escovo os dentes, e penteou o cabelo.
Então opto, por um terno preto e uma gravata qualquer, uma camisa social branca e sapatos sociais.
Nem me preocupo colocar gel no cabelo, deixo do jeito que estava .
Elegante, mas simples.

Saio do meu quer uma hora depois que Bianca me chamou, e já dou de cara com aquele mordomo esquisito. Ainda me lembro dos sustos que tinha, quando vai esse homem pelo corredor a noite. Era horrível.
"O jantar está quase servido, senhor Gonçalves."

A mordomo era alto, e já tinha o cabelo todo branco, e se vestia sempre como um pinguim. Outra coisa que me irritava, era o fato dele me chamar de senhor, mesmo depois de eu ter dito trocentas vezes que não era para chamar assim.
"Obrigado, Sebastian."

Passo por ele, e desço as escadas. O andar de baixo estava todo decorado, parecia uma grande festa, vez de um jantar para conversar alguém novo. Mamãe realmente gostava de exagerar.

"Até que fim você saiu daquele quarto, Carlos, finalmente!" era a minha mãe, ela estava toda elegante em seu vestido vermelho, e seu cabelo loiro amarrado em um coque alto.
"Para, que eu não fiquei tanto tempo assim."
"Hum, ah Melissa, por favor, leve os pratos que estão na cozinha para a mesa.

Meu corpo gela, ao escutar aquele nome, me viro e dou de cara com uma Melissa tão surpresa quanto eu. Puta que pariu, será que nem aqui, eu tenho paz?
"O que você faz aqui?" não foi muito gentil da minha parte, falar aquilo, mas eu estava espantado.

"Isso é jeito de falar com a menina, Carlos!? Vocês se conhecem?"
"Sim, eu sou aluna do senhor Gonçalves."
A voz dela saiu trêmula, apesar das vestimentas de empregada, Melissa estava belíssima.

"Ai meu Deus, que coincidência!" diz minha mãe, agora também surpresa.
"E realmente uma grande surpresa, posso saber o que faz aqui, senhorita Silva, ainda mais vestida de empregada?"
A última frase parece ofende-la, pois vejo Melissa levantar a o rosto, em sinal de dignidade.

"Vim ajudar minha tia, Bianca e sua mãe, a deixar as coisas prontas para o jantar."
"E eu lhe pagarei bem por isso, você se mostrou muito competente, senhorita Melissa.
Melissa Fica vermelha ao escutar essas palavras.
"Obrigada, senhora Raquel, agora com licença, vou pegar os pratos."

E ela sai, toda encolhida, parecendo um Rato assustado. Mas eu percebi o seu olhar nos meus, quando passou por mim.
"Não sei que droga você está fazendo, mas essa garota é sua aluna, e menor de idade."
Uma indignação toma conta de mim.
"Eu sei disso, não precisa ficar me lembrando, eu em, pra que isso?"

"Por que eu não quero um filho preso, e nem sem vergonha, mas enfim, vamos logo, Fernanda já está chegando.

Nadando Contra A EscuridãoOnde histórias criam vida. Descubra agora