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Melissa

Depois de alguns minutos, a polícia finalmente chegou, eu já havia parado de chorar ou gritar, agora eu só olhava o corpo de minha mãe, deitado no chão, completamente ensanguentado. Fico me perguntando do porquê ela ter feito o que fez, não havia motivos o suficiente para cometer tal ato.

Ela poderia fugir e viver sua vida com o traficante milionário, e esquecer que eu existo, mas não. Ela tinha que me perseguir, tinha que perseguir uma filha que só lhe fez mal, ela tinha que fazer isso. Eu só queria que ela me deixasse em paz, apenas isso, não queria que ela morresse, não mesmo.

Eu não sei que eu sinto nesse momento, a polícia verificando o corpo, e indo ajudar Carlos e Juliano, que ainda estavam desacordados. Minha mãe era má, ela sempre foi assim, já me fez coisas inimagináveis quando eu era criança, colocou aquele monstro para dentro de nossa casa. Não entendo o porquê ela quis tanto que voltasse a ficar com ela.

O porquê dela matar a própria irmã, do porquê ela querer tirar tudo de bom que eu tinha. Eu sei que não vale a pena ficar tentando entender o se passava na cabeça de minha mãe, mas é inevitável.

E se Carlos realmente estiver morto? O que vai ser de mim, se o meu amor estiver morto? Um nó se forma na minha garganta, eu nem tinha percebido que eu estava dentro de uma ambulância com um coberto em meus ombros, quando os meus olhos procuraram incessantemente o corpo de Carlos.

Ao ver que ele estava sendo levado para uma ambulância, eu imediatamente fui atrás, mas os policiais me impediram, me dizendo que eu precisaria esperar, mas eu fiz eles me deixarem ir com ele quando eu disse que Carlos era o meu noivo.

Eu acompanhei o caminho todo pedindo a Deus para que Carlos não morresse que ele não me deixasse. Ao chegarmos ao hospital, Carlos foi mandado direto para a cirurgia, pois ele havia quebrado alguma parte da sua costela.

Pouco tempo depois, a família de Carlos apareceu, no caso, Raquel, Fernanda e Raj, eles chegaram com aquela cara de choro, e quando eu contei tudo o que aconteceu, Raquel começou a chorar, e Fernanda foi tentar consolar, mas ela parecia estar igualmente abalada.

Eu não consegui encontrar forças para chorar também, pois acho que já esgotei todas as minhas lágrimas hoje, mas isso não quer dizer que eu não esteja em pânico por dentro, que eu não estou desesperada.

Se meu Carlos morrer, eu estarei perdida, completamente perdida. A culpa me consumiria para sempre se Carlos ou Juliano acabasse morrendo.

Aquela bendita cirurgia durou tanto tempo que eu acabei capotando em uma das cadeiras do hospital. Acordei sentindo uma terrível dor nas costas.
"Noite difícil?"

Quase caiu da cadeira ao escutar a voz de Raquel, ela parecia estar tão abatida, os olhos estavam vermelhos se cabelo todo desgrenhado.

"Totalmente." respondo. Eu penso que ela vai gritar comigo, que vaie culpar pelo aconteceu com seu filho e sobrinho.
"Lamento sobre a sua mãe."

De tudo que ela poderia falar, aquilo foi o que mais me quebrou. Eu sinto vontade de chorar muito por isso, é o que acontece, as lágrimas escorrem pelo meu rosto, surpreendentemente, Raquel me da um abraço forte e apertado.

E eu começo a soluçar em seu ombro, mas Raquel não fala mais nada, simplesmente continua me abraçando com carinho. Esse momento é interrompido pelo médico que chama o nome de Raquel, eu e ela nos levantamos rapidamente, e perguntamos ao médico como estavam os rapazes.

"Bom, esta tudo bem com os dois, o senhor Carlos Gonçalves teve uma fratura na costela e um deslocamento na perna, mas vai ficar bem, já o senhor Juliano Gonçalves apenas uma pancada muito forte na cabeça, mas ainda sabemos as sequelas disso, temos que esperar ele acordar.

De repente, Miranda entra no hospital correndo.
"Vim assim que soube, como esta Juliano?"
Explicamos tudo a ela, e depois perguntamos ao médico se algum deles poderia receber visitas, ele que no momento ele estava em observação, e que era melhor nos irmos para casa descansar.

Raquel e eu ficamos mais um pouco com Miranda, que estava completamente arrasada com o estado de Carlos, mas também me deu os pêsames pela morte de minha mãe, mesmo ela sendo uma pessoa horrível: palavras de Miranda.

Nadando Contra A EscuridãoOnde histórias criam vida. Descubra agora