Melissa
Eu estava toda arrepiada, mas mesmo tempo confusa, a única visão que eu tinha era de um lugar escuro, eu estava deitada na cama, minhas únicas peças de roupa, era um sutiã e uma calcinha. Eu conseguia ver Carlos parado na frente da cama, apenas de calça jeans, seu olhar era com a de um predador mirando sua presa.
Inexplicavelmente todos os meus temores sumiram, eu me sentia segura com a presença dele.
"Carlos?"
Ele não respondia, apenas se aproximava bem devagar, com os olhos me grudados não meus. Para mim, cada passo que ele dava, era uma eternidade para chegar logo a mim. Eu estava ansiosa e faminta, eu observava o seu corpo enquanto ele se aproximava, e ele também observava o meu.
Assim que ele colocou o joelho na cama, eu entendo as minhas mãos para ele, mas ele as segura com força, e prende na cama. Carlos estava ajoelhado, entre as minhas pernas, e eu estava completamente deitada, com os braços presos por ele. Seu rosto veio em direção do meu, por instante pensei que iria me beijar, mas ele foi em direção ao meu ouvido."Você é realmente linda Melissa." sua voz era rouca e baixa, parecia um sussurro, e então ele começou a beijar o meu pescoço, e suas mãos foram para minhas pernas, Carlos as separou para ele ficar entre elas, eu gemi com aqueles mistos de sensações.
E então, eu segurei o rosto de Carlos e...
.................................Acordo, sem saber direito onde estou, olho ao redor e vejo que ainda estou dentro de uma caminhonete.
"Dormiu bem, princesa?" era Carlos, olho para ele assustada, ele tava com aquele sorriso lindo nos lábios. Eu entrei em pânico, será que ele sabe que eu estava sonhando com ele?
"O que foi? Por que esta tão Alegre?" eu pergunto de forma ignorante.
"Você parecia está tendo um sonho muito bom, até disse o meu nome."Eu não era tão boba para não ver a malícia que tinha suas palavras.
"Quer conversar?" ele tem coragem de me perguntar isso? Que filho da puta.
"Não sei, você quer? Ou prefere ignorar o assunto, como você sempre faz?"
Carlos fechou a cara, e começou a prestar atenção na estrada. Nossa, ficou mudo de repente?
Eu também fiquei em silêncio. Eu estava puta com ele. Ele simplesmente me ignorou depois que me beijou.Eu estava acostumada com as pessoas sendo babacas comigo, Carlos provavelmente é um babaca de nascença, então por que eu estava tão irrita assim?
Nada me tira da cabeça que ele gostou, não entendo o por que dessa frieza de repente.
"Vamos fingir que aquilo na cachoeira não aconteceu, está bem?"
Depois sou eu que sou a idiota, esse cara realmente ta pedindo para levar um murro. Olhei para ele com raiva, mas decidi que esse embuste não merece minha raiva.
"Está bem então."Ele me olhou surpreso, mas parecia mais aliviado, e isso me deixou com ainda mais raiva.
"Ótimo, eu prometo que nunca mais vai voltar a acontecer"
Eu levantei a sobrancelhas para ele.
"O que não vai mais acontecer?"
Carlos ficou vermelho.
"Bom... O beijo"
Eu sorri para ele.
"Claro, como se alguém fosse te julgar por estar com uma aluna negra, não se preocupe professor, eu jamais vou querer acabar com sua linda carreira de professor.""Melissa, isso pode acabar mal para você também, para seu futuro."
"Como se meu futuro já não fosse prejudicado desde do momento que eu nasci."
"O que?" ele me perguntou confuso. Nesse momento eu explodir de raiva, com a falta de noção dele.
"Nada professor, nada." ele nunca vai me entender, nunca.Logo mais, nos chegamos de volta ao ponto de ônibus, todos os pais dos alunos estavam lá, eu teria de pegar outro ônibus para ir para casa, mas o problema, e que eu não tinha dinheiro para passagem, então teria de ir andando, como eu sempre fiz quando Miranda não podia me dar carona.
A questão, é que Carlos não parou a caminhonete no ponto, simplesmente seguiu em frente."Professor...?"
"Imagino que sua tia não venha te buscar, e duvido que tenha tido o preparamento de ter trazido dinheiro para passagem de ônibus. Só me fale o endereço, que eu te levo até sua casa."
"Mas..."
"Você não quer ir caminhando, não é Mel?"
Odiei o tom de sarcasmo dele, mas ele tinha razão, dei o endereço a ele, e seguimos.Carlos parou bem na frente da minha casa.
"Bom Mel, até Amanhã. Espero que se saia bem em seu teste."Eu nem me lembrava mais daquele maldito teste, amanhã todos estariam de férias,só eu que teria que ir para lá,ai que ódio.
"Tenha certeza que vou me sair muito bem,professor, até amanhã, e..."
Em um rápido movimento, eu o beijo,pegando ele completamente de surpresa. Ele me afastou com severidade, Carlos olhava para mim furioso."O que pensa que esta fazendo?"
Na verdade, nem eu mesma sabia, eu só queria beijar ele de novo. Mas é claro que eu não iria dizer isso a ele, eu não perdi a cabeça ainda.
"Nada professor" digo com pura inocência. Ela larga os meus braços, e me olha em pura confusão.
"Como assim nada, você acabou de me beijar, de novo."
Eu dei um sorriso a ele.
"Não finja que não gostou, sei que estava doido por isso, desde que entrei nesse carro." isso era verdade, o professor ficou olhando para minha boca, quase o caminho todo. Estava claro o que ele queria.
E como sempre, ele tentou se fazer de ofendido.
"O que...?"Até amanhã, professor" e sai do carro antes que ele falasse, qualquer besteira.
Entrei em casa, e tranquei a porta, fui até a cozinha, e percebi que tinha dois pratos na mesa, o que indicava que minha tia tinha visita, mas onde estava essa visita? Affs tanto faz, tudo que eu quero agora é tomar um banho e descansar um pouco.
Eu entrei em meu quarto, e gritei de susto ao ver minha mãe sentada na minha cama.
Seu rosto, estava palido, ela estava com olheiras muito fundas, e uma parte de seu rosto parecia estar queimado. Suzane deu um sorriso muito assustador, e disse.
"Olá, bebê."
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Nadando Contra A Escuridão
FanfictionA vida de Melissa nunca foi fácil, mas alguma coisa muda quando ela conhece Carlos, seu novo professor de matemática, que se mostra muito preocupado com as notas de sua aluna.