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Carlos

Acordei hoje de péssimo humor, e com uma dor de cabeça da porra, e o motivo desse mal humor tem nome e sobrenome: Melissa Silva. Outro motivo, é o fato de eu ter bebido mais da conta ontem, de tanto pensar nela. Isso se deve a vários fatores.

Número 1, eu não sabia o que havia acontecido com ela, se ela conseguiu ou não convencer a mãe a deixá-la ficar até completar 18.

Número 2, não teria como eu saber, pois pela sequência dos fatos de ontem, não me fizeram pensar em pegar o telefone dela, para ficarmos em contado.

Número 3, e o simples fato de eu ter quase te-la fodido na porra da mesa, também não me saia da cabeça!

Como foi que chegou nesse ponto? Ta certo que Melissa me atraiu, desde do momento que a vida pela primeira vez, no canto da sala. Mas nunca pensei que eu fosse me importar tanto assim com ela, ao ponto de realmente me importar com seus problemas.

Me levanto da cama, e percebo que estou completamente pelado, o que era estranho, pois eu sempre durmo de pijama.
"Hummmm, volta pra cama."
Quem era essa? Uma mulher negra, muito bonita por sinal estava deitada na minha cama. Isso só pode significar uma coisa, eu devo ter bebido demais ontem.
"Com licença, posso saber quem é voce?"
A moça me olhou indignada. Mais o que foi que eu disse de errado? Fiquei sem entender.

"Sou a Bruna, a mulher da boate."
Boate? Eu fui em uma boate ontem?
"Aaaammmm entendi, mas acho que esta na hora da senhorita ir embora." digo mais educadamente possível.
A tal Bruna, se levantou com toda a rapidez da cama, com a coberta em volta do corpo, ela parecia furiosa.

"O que!? Você aparece no meio da boate parecendo um louco, me chamando de Melissa, e depois você me leva para essa apartamento, faz sexo comigo me chamando o tempo todo de Melissa, mesmo eu repetindo várias vezes que o meu nome é Bruna, e agora você está me expulsando? Cara você é o maior babaca que eu já conheci!"

Eu babaca? Eu não a forcei a nada, ela que quis vim para o meu apartamento. Mas é claro que eu não digo isso, pois eu estou com uma ressaca do caralho. Não estou com nenhum pouco de vontade de discutir.
"Tanto faz, eu vou tomar um banho, e quando eu voltar, eu quero você fora daqui." eu não tenho paciência, eu nem lembro de ter comido essa mulher, eu deveria estar muito bêbado mesmo, para esquecer de tudo que fiz ontem.

Eu fui para o banheiro, a moça parecia querer me matar com o olhar, eu nem liguei, apenas segui meu caminho.
Quando a água quente caiu sobre mim, a voz Bruna veio a minha mente, ela disse com toda clareza que eu transei com ela dizendo o nome de Melissa o tempo todo.

Será mesmo que eu passei essa vergonha? Disse o nome de outra pessoa, enquanto eu fodia outra, não é possível. Eu nunca fiz isso antes, nunca mesmo. Nem mesmo com Samantha, quando eu ainda era um chifrudo cego. Melissa realmente esta mexendo com minha cabeça.

Quando eu volto pro quarto, já vestido, não vejo nem sinal da mulher, agora a bagunça que vejo na minha cozinha, é com certeza a prova de que eu estava completamente descontrolado ontem. Bom, eu tenho um pequeno probleminha com bebida. Eu estava me controlando bem enquanto dava aula, mas agora que eu não preciso me importar em estar sóbrio no dia seguinte, não dei outra. Eu devo ter começado com uma cervejinha de leve, mas depois deve ter chegado no nível de eu ter cheirado cocaína, pois havia restos de pô, grudados na minha mesa. Eu devo ter ficado muito louco ontem.

Eu limpei tudo, odiava bagunça, mas me recusava a contratar uma empregada, mamãe vive me dizendo para mim contratar uma, eu disse a ela que meu salário de professor não dava para contratar uma. E ela retrucou dizendo que pagaria uma. Na época, o meu pai ainda era vivo, e eu como o orgulhoso que sou, disse que não precisava de dinheiro nenhum deles.

Por isso aprendi a me virar sozinho, sem cobrança, e podendo fazer o que quero.
Ao terminar tudo, eu me sento no sofá e ligo a TV, e acendo um cigarro. Coloco um episodio qualquer do Scooby-Doo, é o meu desejo hoje favorito. Fico de boa assistindo, quando escuto meu telefone tocar. Eu vou até a onde ele esta, que no caso, grudado em uma das paredes do meu apartamento.

"Alô?" minha voz sai muito desanimada, mas é porque eu ainda estava de ressaca.
"Olá filho, é a mamãe" instintivamente, eu abro um sorriso ao escutar a voz dela.
"Olá mãe, como vai?"
"Vou bem, só liguei para te lembrar que..."
"Eu sei mãe, eu sei, e digo que não esqueci, ei ficarei sim com a senhora uns dias."
Eu podia ouvir seu suspiro de alívio, do outro lado da linha.

"Ai que bom filho, realmente tive medo que tivesse se esquecido. Mas também eu queria saber se vai comparecer no jantar que darei semana que vem, com a chegada da sua irmã, e a apresentação do novo namorado dela." eu quase havia me esquecido do jantar. Com certeza vai aparecer gente que eu detesto lá.

"Samantha vai estar la?" eu já sei a resposta, mas vai que, por algum milagre a resposta seja diferente.
"Eu não convidei, mas você sabe que se ela aparecer, não poderemos impedir."
"A senhora ainda conversa com ela?" pergunto indignado.

"Ela aparece aqui de vez em quando, ai filho, você sabe que eu não tenho coragem de expulsa-la depois de tudo."
Resolvi encerrar o assunto, Samantha não é uma coisa boa de se pensar numa hora dessas.

"Tudo bem mãe, fique tranquila, que eu estarei lá, é prometo ser um bom menino."
Sei que eu não deveria ser tão irônico, mas eu não posso evitar.
"Esta bem meu amor, se cuida viu, mamãe te ama, até daqui a pouco meu bem."
"Até, beijos, te amo"

E ela desliga. Pelo visto eu terei um mês muito tranquilo pela frente, será bom ficar perto das pessoas que eu mais amo daquele mundo. Eu me levanto saio sala, e vou ao meu quarto, preparar minhas malas.

Nadando Contra A EscuridãoOnde histórias criam vida. Descubra agora