Nadando Contra A Escuridão

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Melissa

C

arlos dirigia aquele carro como um verdadeiro maluco, eu já estava começando a ter ancia de vomito da porra, mas eu entendia, afinal estávamos sendo perseguidos por uma louca. Eu estava começando a ficar irritado com os pedidos de Juliano para ir mais devagar.

O negócio ficou tenso mesmo quando nós escutamos um barulho de tiro, e Juliano começar a gritar no banco de trás. Ele havia levado um tiro no ombro, e quando eu olhei para trás, eu dois caras atirando contra o carro. Meu Deus do céu, aquilo não podia estar acontecendo.

Puto de raiva, Juliano pegou uma espingarda que estava de baixo de um dos bancos de trás. Ele abriu uma janela, e começou a atirar.
"Carlos!" eu gritei de desespero, eu não estava conseguindo nem sequer respirar de tanto medo.

"As balas acabaram!" gritou Juliano, porém os tiros continuaram acontecendo, nos já estávamos em alguma estrada vazia agora, nos esperávamos que um carro estivesse vindo em nossa direção. Batemos no carro, fazendo o nosso carro capotar.

Minha vida toda se passou diante dos meus olhos, enquanto eu sentia os impactos atingindo o meu corpo, via os vidros se separarem, o sangue se espalhar por todos os lados. Eu fiquei tonta por instante, mas eu consegui sair do carro, e tentei ajudar Carlos, mas infelizmente ele estava desacordado e Juliano também. O pânico se apossou de mim, eu começo a chorar pensando que eles morreram. Mas eu nem tenho tempo de sofrer direito, pois escuto aquela maldita voz:

"Olha o estrago que você causou, pequena!"
Eu olho aquela maldita mulher, que arruinou a minha vida. Ela estava com uma arma na mão e os capangas bem atrás dela.
"Por quê? Por que você me persegue tanto!? Mesmo sabendo que eh não quero estar perto de você!?"

Ela está inexpressiva agora, ela parece... Triste?
"Eu fiz de tudo por você! Eu fui parar num hospício por você! Como pode dizer que não quer estar perto de mim? Sua ingrata!"
"Seguisse sua vida! Eu quero que me responda uma coisa: você matou minha tia?" eu sei que parece inapropriado agora, mas eu acabou de lembrar dessa preocupação."

"Matei!" simples assim, ela nem sequer exitou. Como aquela mulher pode ser tão Fria?
"Por quê?" ela começou a dar risada.
"Não acha que já foram muitos porquês hoje? As perguntas ficam para depois, você vem comigo!"

"Eu não vou com você! Você é um monstro!"
"Olha quem fala, esqueceu que matou o próprio padrasto?"
Algo dentro de mim se quebrou em mil pedaços, eu simplesmente comecei a gritar com ela.

"E vai fazer o que se eu não for? Vai me matar? Então me mata! Você já tirou tudo que eu mais amava na minha vida! Eu te odeio! Te odeio com todo o meu ser, sua puta! Foi por culpa sua que eu o matei! Foi sua culpa! Você que colocou aquele monstro dentro de casa! Eu só queria me defender! Eu... Eu... Era uma criança!"

Eu estava chorando naquele momento, e eu escuto minha mãe dar risada.
"Querida, pare de chorar, eu realmente sou a culpada de tudo, eu sou uma drogada maluca, e matei todos aqueles que queriam te tirar de mim, inclusive eu mesma."
Eu não entendo essa última parte, até que ela aponta aquela arma para a própria cabeça dizer aos seus capangas:

"Vão embora, agora." imediatamente, eles obedecem, então eu escuto um tiro, e minha mãe caída no chão, no meu do próprio sangue. Ao finalmente entender o que acabou de acontecer, eu desabo no chão e solto um grito de desespero e pavor.