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Melissa

Eu simplesmente não consigo entender o porquê de Carlos estar com aquela cara de quem comeu e não gostou. Affs! Que cara chato! Insuportável! Eu ainda não superei a morte da minha tia, na verdade eu tento não pensar muito nisso. Mas nada me tira da cabeça que tem dedo na minha mãe.
Eu estava lavando a louça, quando Carlos simplesmente aparece dizendo:
"Precisamos conversar!"

"E aquele papo de que eu não queria falar com ninguém?"
"Tem haver com sua mãe."
Isso foi o suficiente para mim parar o quê estava fazendo, e prestar atenção no quê Carlos estava falando.
"O que!?"
"Exatamente, a desgraçada da sua mãe, desculpe a palavra, me mandou essa caixinha de presente.

Então ela me mostra uma caixinha preta até que bem bonitinha.
"O que tem? E como sabe que foi minha mãe?"
"Reconhece esta caligrafia?"
Então ele me entrega um papelzinho vermelho, lá estava escrito o seguinte.

Para o meu querido genro.
Com amor Suzane ❤

"A que fofo."
"Fofo?" grita Carlos, se afastando de mim. "Isso é fofo?"
Ele abre a caixinha, e lá sai uma aranha horrorosa, toda preta e peluda. Eu tomo um susto ao ver aquele horror.
"Meu Deus, como isso chegou nas suas mãos?!"
"Sebastian chegou para mim com essa caixinha, dizendo ter vindo do correio. Eu sabia que sua mãe era doida, mais não nesse nível!"

Então o desespero me bateu forte.
"Carlos... E se ela enviar uma coisa dessas para algum membro da sua família?"
"Não se preocupa, eu mandei um detetive vigiar todos os passos da sua tia, e ele descobriu exatamente onde sua mãe está."
"Por que você não me disse isso antes!"
"Eu ia contar... Mas sua tia morreu, você estava tão triste..."
"Ta! E onde esta a minha mãe?"

"Surpreendentemente, sua querida mãe, esta morando a uns cinco quilômetros daqui  dessa casa."
Eu fico em choque com o quão perto ela estava.
"Você saberia dizer o porquê ela te chamou de genro."
Carlos nem pensou muito antes de responder.

"Acho que ela descobriu sobre nós. Sua tia pode ter contado antes de morrer.
"Eu acho que é ao contrário, minha mãe contou a minha tia, por isso minha tia queria que eu saisse da cidade o mais rápido possível.

"Sobre o que estão falando?"
Eu e Carlos tomamos um susto ao escutar a voz de Fernanda.
"Misericórdia Fernanda, quer nos matar do coração!?" disse Carlos.
"Só vim pegar um copo de água, eu hein, que drama." Então a Fernanda vai a pega sua agua. "O que vamos ter de almoço hoje, Melissa?"

"Lasanha, senhorita."
"Por favor, Melissa, me chame apenas de Fernanda, enfim, eu queria te pedir um pequeno favorzinho."
"Sim?"
"Será que você poderia fazer bolo de chocolate e um chá para nos, é que vai Nirvana umas visitas daqui a trinta minutos."

"Mas é claro, já já tá pronto."
"Obrigada, você é um amor."
Assim que Fernanda sai, Melissa diz a Carlos.
"Depois nós conversamos."

Trinta minutos depois, eu já estava com  a bandeja pronta, e estava a caminho da sala, mas eu não esperava o que estava por vir. Quendo eu estava na sala, eu quase caio de costas, quando vejo Rebeca sentada ao lado de uma mulher mais velha. Eu já consigo ver a surpresa e diversão no rosto da vadia.

"Melissa?!" gritou Rebeca.
"Você a conhece?" pergunta Fernanda, enquanto eu coloco a bandeja em cima da mesinha.
"Claro que sim, somos da mesma turma." então a cadela começa a dar risada. "Eu sempre soube que o lugar dessa macaca, seria servindo os outros."
"Rebeca! Na fale desse jeito!" diz a mulher mais velha, mas da para perceber que ela concorda com esse tipo de insulto.

"Por quê? Qual era o sonho mesmo Melissa... Ééé... Deixa eu pensar... Médica!?" então a vadia estoura da risada, a mulher mais velha, que com toda a certeza era a mãe de Rebeca, também seu uma risadinha, só Melissa que não deu risada.
"Qual o problema ela querer ser uma médica?"

Rebeca para de rir na hora, porem ela responde:
"Ora, ela é negra e mulher, ela não tem outro lugar nesse mundo, que não seja limpando banheiros."
Sem conseguir me conter, eu dou um tapa na cara daquela putinha. Todos me olham com surpresa, menos a vadia de Rebeca.
"Como você se atreve, sua puta, vadia!?"

Ele tenta se levantar para revidar, mas Fernanda se levanta primeiro.
"Não se atreva a querer revidar, senhorita Pardo, e você senhorita Silva, para o escritório de Raquel agora!"
Eu já estava indo, quando eu vejo Carlos entrar na sala.
"O que aconteceu? Eu ouvi gritos... Aaaaaata" ele fala essa última palavra quando vê Rebeca.
"Ei quero que essa negra seja demitida!"

Carlos faz uma careta e coloca as mãos nos ouvidos e diz:
"Misericórdia, precisa gritar? Eu hein, que garota escandalosa."
Isso deixou Rebeca maluca.
"Não é a primeira vez que essa macaca me agride e você a defende!"
"Voce deve ter dado algum motivo para ela ter agido assim."

"Carlos! Violência nunca é a solução!" diz Fernanda.
"Irmãzinha, eu conheço o seu temperamento, sei que você..."
"O que esta havendo?" chega Raquel junto com Sebastian.
Que ótimo.
"Essa sua empregadinha, me deu um tapa no rosto!"

"Olha o seu tom de voz comigo, mocinha. Melissa, por que voce a agrediu?"
Então todos os olhos se viraram para mim, eu olhei para Carlos, que me me deu um olhar encorajador.
"A senhorita Pardo, me disse coisas muito ofensivas, eu sei que foi errado da minha parte, mas eu dei um tapa no rosto dela, e eu digo, não me arrependo."

Que Deus me perdoe, mas sinto um prazer impressionante ao ver Rebeca espumando de raiva.
"Estão vendo!? Ela nem sequer se arrepende!" grita Rebeca.
"Eu exijo que essa negrinha seja demitida!" grita a mãe de Rebeca.
"Isso mesmo, mamãe!"

"Ninguém aqui vai ser demitido, Melissa vá ao meu escritório, agora. E você e sua mãe saiam da minha casa."
Rebeca olha para Raquel como se ela fosse uma bicho.
"O que? Você está nos expulsando por causa dessa negra?"
"Estou sim, agora saia!"
Rebeca olha para mim com ódio.
"Isso não fica assim, macaca!

Nadando Contra A EscuridãoOnde histórias criam vida. Descubra agora