Melissa
Eu ainda estava em luto, por bondade Raquel me deixou ficar trancada no quarto, Carlos resolveu comprar um caixão para minha tia, já fazia um dia que estava trancada no meu quarto, eu não queria sair e encarar a realidade. Eu sabia que hoje era o dia de velar minha tia, mas eu não tinha força para sair daquele quarto. Ouço uma batida na porta, por pura educação peço para a pessoa entrar, era Carlos, e ele já parecia pronto para o enterro.
"Melissa, já está tudo pronto, será um velório qui..."
"Isso foi ideia sua?"
Pergunto já sabendo a resposta. É lógico que ele vai fazer um velório para uma pessoa que ele nem sequer conhece, só porquê gosta de mim. Isso é óbvio.
"Sim foi, minha mãe concordou, ela gostava muito de sua tia."Eu deixo de olhar para ele e volto a chorar no travesseiro, Carlos vem até mim, me puxa pelo braço e me abraça. Eu choro mais ainda contra o peito dele.
"Eu não tenho mais ninguém no mundo Carlos, eu estou sozinha!"
"Não diga isso, você tem a mim."
Ele diz com calma. Eu choro. Eu olho para ele, e depois eu o abraço forte."Voce precisa se arrumar mel, para o velório, minha família já está pronta."
Olho para ele em espanto.
"Sua família? Mas eles não são parentes."
"Eles não iriam ver alguém morrer na sala deles, e não sentir empatia, querendo ou não, minha mãe gostava de Bianca."
"Mas eu pensei que tinha sido só você..."
"Eu dei a ordem Melissa, tem alguém que você quer esteja com você nesse momento difícil?"Eu penso um pouco, quase não me vem ninguém em específico, até que me lembro de Miranda."
"Chama a Miranda."
Ele diz sim com a cabeça, e então ele se levanta, e me mostra um vertido preto muito bonito. Ele tinha um leve decote em V, não era curto, apenas ia até o joelho, e um par de saltos pretos, e as manhãs cumpridas que iam até o cotovelo. Era bem elegante."Tem uma boina também.
"O que significa tudo isso?" pergunto com ignorância.
"Achei que você quisesse colocar um vestido para o velório, olhei seu guarda-roupa, e não vi da apropriado."
"Quando que você viu o meu guarda-roupa? E quem você pensa que é para me dar roupas?"
Digo com indignação.
"Melissa, sem drama ta, eu olhei ele quando...""Não precisa me dizer nada, não tem motivo para mim Ficar mais triste do que eu já estou, além do mais, quem recusa coisa de graça não é."
Ele parece pelo menos contente por eu aceitar seu presente.
"Certo, eu vou chamar a sua amiga... Qual o número dela?"
Dou o número para ele e ela sai. Penso um pouco se eu deveria usar o vestido.Eu decido que vou sim, não estou com paciência para escolher roupa hoje, além do mais, era uma família rica que estava aqui, o que eu realmente não entendo o porquê deles estarem fazendo isso. Depois eu vou perguntar.
Tenho um pouco de dificuldade de colocar o vestido, vejo também que tinha uma luva de renda preta, e uma boina da mesma cor.Me olho no espelho e vejo que estava realmente bem arrumada para o velório.
Respirando fundo eu saio do quarto e desço as escadas. E já encontro a família de Carlos toda reunida.
Posso dizer de que estou surpresa, nunca vi uma família rica querer fazer um velório para uma empregada. Isso com toda a certeza é coisa de Carlos.Ao me ver, Raquel já veio até mim com um sorriso acolhedor.
"Minha querida, eu sinto muito pela sua tia, ela era uma amiga muito boa para mim."
As lágrimas simplesmente saiam pelos meus olhos, e Raquel me abraça mas não diz mais nada, eu agradeço por isso.
De repente eu sinto uma mao no meu ombro, eu me viro e fico ainda mais emotiva ao ver Miranda atrás de mim.Eu a abraço com tudo e ela retribui com a mesma intensidade, eu fico contente que a pessoa que eu mais tinha estima estava aqui. Todos daquela me abraçou, eu não os conhecia, não tinha nenhum vínculo com eles, mas todos eles me trataram com muito amor e carinho. Lógico que Juliano não evitou em dar em cima de Miranda o velório inteiro, mas tudo correu muito bem.
Eu olhei o corpo de minha tia, e minhas lágrimas insistiram em vir outra vez, eu disse algumas coisas em respeito. Isso pareceu emocionar a todos. Quando eu terminei Carlos já estava perto de mim, ele cochichou perto do meu ouvido.
"Você quer sair daqui?"
Eu digo sim com a cabeça.Ele pega a minha mão e me leva em direção a biblioteca, ignoramos os olhares assustados de de todos e nos trancamos lá.
Eu abraço Carlos com todas as minhas forças, como se eu fizesse isso a minha dor fosse passar.
"Eu sinto muito, Mel."
O paletó dele já estava com as marcas das lágrimas quando eu me afastei."Obrigada."
Ele me olha confuso.
"Pelo o que?"
"Por fazer eu não me sentir sozinha nesse momento tão difícil."
Ele sorri e responde.
"Não fiz nada de mais, Mel.
Eu o ignoro e o abraço nos sentamos no sofá. Eu me deito em seu peito ai da chorando, não sei quanto tempo eu fiquei lá, só sei que acabei dormindo.
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Nadando Contra A Escuridão
FanfictionA vida de Melissa nunca foi fácil, mas alguma coisa muda quando ela conhece Carlos, seu novo professor de matemática, que se mostra muito preocupado com as notas de sua aluna.