Capítulo 42 - Melissa

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Passei boa parte da tarde de domingo com as minhas amigas, olhando meu namorado e meus primos jogando futebol com seus os amigos. Nós três, juntamente com algumas namoradas dos outros, incentivando-os na torcida. Bem, era para fazermos isso, mas ficamos conversando e tomando refrigerante de graça. Bem sentadas, enquanto eles se matavam na quadra.

Alice estava melhor, depois daquela conversa longa que tivemos na sexta à noite. Era incrível como ela tinha um rápido poder de resiliência. Eu já tinha as minhas dificuldades.

- Vem cá, – chamou ela. – o seu primo Felipe é uma graça, não acham? – piscou para nós.

De relance, vi Sarah revirando seus olhos cor de mel. Acho que nós duas pensávamos a mesma coisa. Alice estava querendo fugir dos seus sentimentos, novamente. Assim como fez com Marvin e com alguns caras daquele aplicativo asqueroso. Acredita que ela dormiu com o cara?! O Marvin, quero dizer. Mesmo não tendo nenhum sentimento por ele e vendo ele frequentemente! Isso era uma coisa que eu nunca conseguiria fazer, transar só por transar.

- Ali... – alertei.

- O quê? Ele é jeitosinho. – divertiu-se, acenando para ele, quando passava por nós.

- Sarah, me ajuda nisso! – implorei a minha melhor amiga, para que me ajudasse a por discernimento na cabeça maluca de Alice.

- Melzinha, eu já interferi muito na vida de vocês duas, e me dei mal. Deixa ela ser feliz. Um dia, quem sabe, ela toma um rumo. – Sarah deu de ombros, absorvida no seu namorado.

- Eu estou aqui, bem do lado de vocês. – Alice falou, estreitando os olhos maquiados.

- Tem razão. – ignorei sua fala. – Deve ser só o momento.

- TPM, possivelmente. Sabe como é, nos deixa mais... hum... na seca.

- Ah tá. Vão me ignorar agora, é? – e levantou-se dramaticamente.

Eu e Sarah caímos na gargalhada, a puxando novamente para sentar-se naquele banco frio, de pedra.

- Odeio vocês. – e caiu na gargalhada conosco, fazendo o time inteiro se virar para onde estávamos.

Mas algo me fez cair na real no segundo seguinte. A palavra TPM. Pensando sobre aquilo, eu estava vivenciando aquela tensão toda na semana passada. Tinha certeza que era TPM, pois minha cartela de anticoncepcional mostrava isso e, bem, era para eu já estar menstruada. Não era?

Rapidamente peguei o meu celular, onde eu tinha o calendário, só para dar uma checada. Não era possível que eu estivesse com a menstruação atrasada. Talvez viesse naquele mesmo dia. Olhei rápido e comecei a contar. Devo ter contato errado, disse a mim mesma. Prestei mais atenção e contei novamente. Não, não pode ser, deve estar errado. Contei uma terceira vez.

- Sá, me empresta o celular? – isso, o celular de Sarah era mais atual.

Só podia ser isso. Um erro grotesco do calendário do meu celular.

- Claro. – retirou do bolso traseiro e me entregou.

Logo abri no aplicativo do calendário e recomecei a contagem. Hum, deu igual ao meu. Devia ser um problema de rede. Essas modernidades e suas dificuldades. Eu precisava de um calendário fidedigno, de papel.

Eu não estava errada, era a droga do celular que estava.

Me levantei abruptamente, indo até o bar. Com certeza lá deviam ter um daqueles calendários confiáveis, incluindo lua e essas coisas todas.

- Mel? Tá tudo bem? – a voz de Sarah interrompeu os meus pensamentos acelerados.

Não havia percebido, mas Sarah e Alice vieram atrás de mim e me olhavam como se eu fosse um ET recém-saído de seu OVNI.

Um Brinde a AmizadeOnde histórias criam vida. Descubra agora