Por um lado, eu estava muito feliz por ter dado tudo certo para Melissa. Ela merecia ser muito feliz e ter a grande família que sempre desejou. Também estava contente porque, finalmente, Adrian sabia (ou desconfiava) dos sentimentos de Alice. Aquela segunda-feira mostrou isso, bem claro.
Por outro lado, o irmão de Will estava me irritando como nunca. Principalmente ontem, que foi o estopim! Era terça-feira, e como todas as terças, Will precisava ir até o fórum da outra cidade. Ele estava se esforçando ao máximo, pois se tornaria sócio da empresa de advocacia que trabalhava há dois anos e pouco. Portanto, estávamos nos vendo um pouco menos. Mas não era aquele o meu problema, porque eu não era daquelas namoradas grudentas e ciumentas. O problema era que o irmão do meu namorado estava passando mais tempo na nossa cidade, especificamente no apartamento de Will. Tudo porque estava com uma enorme queda (não correspondida) por Alice, e queria porque queria conquistá-la.
E Felipe era incrivelmente chato, infantil e bagunceiro. Sério! Ele bagunçou todo o apartamento do meu namorado, na primeira hora que se instalou lá. Como podia?! Will não era o As da arrumação, mas perto do irmão, Will era excessivamente meticuloso e detalhista. Só para você ter uma ideia da discrepância entre os dois. Eu não sabia como ele não se irritava com o irmão. Bem, ele até se irritava, mas Felipe levava tudo na brincadeira.
Além disso, ele só queria curtir e beber, e nada de trabalhar ou seguir um rumo na vida. Poxa, ele estava com vinte e três anos, pelo amor de Deus! Tudo bem, era a vida dele, e não minha, mas no dia anterior, quando me ligaram para buscar Felipe na sarjeta, foi o estopim de tudo.
Sim. Me ligaram do bar avisando que um cara estava caído na sarjeta e deu meu número. Eu havia ganhado um bebezão e não sabia. Eu não tinha vocação para cuidar de quem não queria e não precisava. Não tinha mesmo.
Mas como era irmão mais novo do meu namorado, precisei engolir a raiva e ir até lá buscá-lo. Foi difícil juntá-lo e enfiá-lo no uber, precisei de ajuda de dois homens que frequentavam aquele bar.
- Seu namorado vai ficar bem. – um deles tentou me tranquilizar, pois eu aparentava (e estava!) furiosa.
- Ele não é meu namorado! É o maldito irmão dele.
Os dois se entreolharam, com as sobrancelhas arqueadas, mas não falaram nada. Porque, sinceramente, era estranha a situação.
Para minha sorte, o porteiro do prédio de Will era um amor e me ajudou a colocá-lo na cama. Eu o agradeci imensamente, e ele sentiu pena de mim. Pena! Eu odiava que sentissem pena de mim. Mas não esbravejei com ele. Guardei toda a raiva, bem contida, apenas para descontar em Felipe quando acordasse pela manhã, porque, sim, eu teria que passar a noite ali e cuidar da bela adormecida. Para a minha má sorte, Felipe acordou antes do que eu imaginava, antes mesmo de eu sair do quarto. Ainda grogue, ele ergueu o tronco e agarrou a minha cintura. Eu caí estatelada na cama, quase em cima daquele Neandertal. Me debati, principalmente no momento em que ele tentou me beijar e a passar suas mãos na minha coxa, sussurrando o nome de Alice, vez ou outra.
Não deu outra, chutei suas partes baixas com meu joelho quando ele tentou avançar mais. Quem mandou se meter com uma pessoa que praticava autodefesa há mais de dois anos? Sei que doeu pra caramba, porque ele chegou a uivar de dor. Depois disso, eu o tranquei no quarto, e fui me deitar na sala, completamente Pê da vida.
A noite mais agradável da minha vida. E o pior, como eu ia mencionar isso para Will?
- Oi, amor, como foi a audiência? Ah, que ótimo. Só para constar, seu irmão me agarrou ontem, tá. Beijos, te amo.
Acho que não. E aquilo me deixou muito melancólica. Porque nós dois não tínhamos mais segredos um com o outro. Ainda mais depois daquele dia em que eu soube que eu e Will ficaríamos juntos pra sempre. Faz quase um ano isso, onde nós estávamos sentados no sofá do apartamento dele, vendo televisão. E passou uma propaganda de uma revista adolescente sobre "você sabe tudo sobre seu amor?", e eu, toda insegura, resolvi fazer o teste com ele.
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Um Brinde a Amizade
ChickLitVocês conhecem a rua Onze? Não? Sarah, Melissa e Alice conhecem muito bem. Três garotas com histórias diferentes, porém com uma ligação sem igual. Sarah, a revisora, quer terminar a sua faculdade, se dedicar ao seu trabalho na Krathus e seu lema é n...