Capítulo 52 - Alice

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Adrian e eu passamos uma noite maravilhosa. Naquela sexta, mais tarde, comemoraria todas as conquistas das minhas amigas em algum lugar legal. Eu levaria meu novo namorado/chefe comigo. Estava feliz. Minha vida estava começando a dar certo e podia ser que perdurasse, dessa vez. Para variar, quem sabe.

Vamos recapitular:

Primeiro: Meus pais me aceitaram de volta como filha, portanto eu podia conviver com o meu irmão até mesmo quando eles estivessem em casa. O que facilitaria a minha vida, porque se eu tivesse saudade poderia facilmente entrar na mansão e beijar aquela bochecha redonda dele sem o menor problema. Mesmo não querendo admitir, eu fiquei satisfeita por ter ganhado meu molho de chaves de volta, pelas mãos de minha mãe. Acredita? A grande socialite Olívia Beatrice Martins deu o braço a torcer. Era um acontecimento histórico. Inédito. E que se eu tocar nesse assunto com ela, vai negar até morrer. Certamente alegará alucinação minha. Mas, de qualquer jeito, eu estava feliz com aquilo.

Segundo: Adrian finalmente colocou os olhos em mim. E ainda como bônus, disse que ele estava gamadão em mim faz tempo. Como pode? Os homens tem um jeito muito confuso de demonstrar isso. Enfim, pelo menos aquele peso de gostar dele, em segredo, se dissipou. Eu podia demonstrar o quanto queria estar com ele de uma forma mais normal e não imaginária. Poh, pelo amor de Deus, há dois anos gostando do cara, convivendo com ele diariamente, frequentando sua casa, algumas vezes tendo visto-o sem roupa, era demais para meu coração. Eu precisava ter meu final feliz, como minhas amigas viviam mencionando. E, convenhamos, era muito bom ser amada. Ter alguém do lado para as coisas boas e para as ruins. Claro, eu não serei hipócrita. Não podia dizer que estava tudo indo as mil maravilhas, pois Adrian e eu estávamos nos conhecendo ainda. Vendo o que cada um gostava e tentando se encaixar um ao outro. Não só fisicamente, oh mente poluída. Tínhamos uma relação que crescia a cada dia mais e Adrian era um cara ainda misterioso pra mim. Cheio de convicções, como um bom escorpiano, de acordo com Sarah. Mas eu sei lá o que ela queria dizer com isso. Só sabia que nós dois nos amávamos e estávamos fazendo de tudo para que a relação desse certo.

Terceiro: Eu não podia me esquecer da grande ideia de Sarah. Sabe quando ela falou tanto naquele dia, na sala do xerox, que eu desliguei e não ouvi quase nada? Pois bem, era uma ideia parcialmente bacana. Na verdade, a ideia inicial dela era nós três comprarmos uma casa grande, para que todos nós morássemos juntos. Como uma grande família feliz. Porém eu precisei dar uma centrada nela, e conversamos bastante. Esses dias surgiu a ideia de achar um prédio com três apartamentos para cada casal. Se possível, no mesmo andar. Se possível ainda, vizinhas de porta. Não era uma má ideia, porém meio difícil de concretizá-la. Mas vai que...

Enfim, a minha vida estava andando. Com passinhos um pouco menos lento do que o normal. Ainda faltavam algumas coisas, alguns desejos meus, porém era com o tempo. Mas aquele dia não era dia de pensar em assuntos complicados, e sim celebrar. Por isso eu estava cantando baixinho, enquanto arrumava a papelada na sala de Adrian. O dono da sala entrou feito um touro, arregaçou a porta e entrou correndo, branco feito papel.

- Deus! Que susto, Adrian. – voei pra trás, com a mão no coração.

Ele não disse nada, apenas sentou-se correndo em sua cadeira, pegou o celular um pouco trêmulo e discou um número. Eu o olhava atentamente, sem muito saber como lidar com aquilo.

- Alô, Dr. Hermantz, sim, Adrian Krathus. – falou ao telefone, e eu me sentei na cadeira oposta.

O Dr. Hermantz era o advogado dele. Aquele que estava lidando com a guarda compartilhada, com o suporte de Will. Eu estava com um mau pressentimento. Boa coisa aquela conversa não era.

Adrian esticou o braço para mim, até alcançar minha mão sobre a mesa e apertá-la.

Continuou para o telefone:

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