Desespero

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Em todos os cantos,

Vejo sentimentos, tristezas

Que por pior que seja

Nunca me espantam.


O sofrimento não me move

Muito menos me emociona

Nada disso me comove

Nada disso me impressiona.


Um dia, porém, isso mudou

Quando sozinho estava,

Uma intensa dor me dominou

Ali, me desesperava.


Aquela tristeza que nos outros vi,

Aquele lágrimas que em rostos caíram,

Aquilo tudo, também senti

Quando dei por mim, minhas cores sumiram.


Num rápido levantar,

Para me dirigir ao meu aposento,

Senti minha perna fraquejar,

De encontro ao chão, caí de modo lento.


De repente, fui levado

A outra dimensão

Percebi-me isolado

Em tamanha imensidão.


Chorei, pedi clemência

E então um espelho surgiu,

Mostrou-me minhas vivências

E do reflexo, meu rosto saiu.


Preto, tudo ficou,

Senti minhas dores em exagero

Minha mente se clareou,

Eu era o desespero.


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