Mangue das Pérolas Negras

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À sórdida terra onde desabrochei,

Deixo todas as pétalas das minhas flores

Alimentadas com o sangue que chorei

Das minhas pérolas negras sem cores


Na terra vermelha não-me-toques

Ressurgirão pelo amargor do meu peito

Escorrerão o rancor ao confins do Oiapoque

Mas somente então estarei satisfeito


Quando o negror do meu sangue

Invadir teus olhos brilhantes de vida

Para corromper tua alma com a minha solidão


Para que quando enraizar-se ao bruto chão

Transforme tuas sonhadoras florestas coloridas

No mais trépido e desbotado mangue




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