Espinho

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Me lembro claramente do dia

Em que vi aquela rosa

Murcha, chorando em agonia

Porque era muito espinhosa,

Porque algum idiota em um ato de rebeldia

A ofendeu, chamando-a de horrorosa.


Naquele momento, colocou-se a chorar mais

Afirmando em seus gritos:

- Malditos, são todos iguais!

Porque a julgavam sem motivos.


Mas depois de um tempo, isso mudou,

Quando a ofenderam mais uma vez,

A rosa, enfim, os mostrou

A razão daquela estúpida insensatez.


Com apenas um objeto,

O espelho, ela os elucidou,

Mostrou o saber mais secreto

Que, na sua vida, acumulou.


O reflexo formava uma imagem:

O dedo que apontava para a rosa,

Tal qual uma infeliz miragem,

Apontava para uma feição chorosa

Que se antes era de coragem,

Agora era nada corajosa.


Arrependido com seu passado,

O garoto entendeu finalmente

Que quando ele aponta o dedo para o lado,

O espinho da rosa o aponta pela frente.








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