Espelho

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Um homem, depois de se libertar pela primeira vez

Não se apaixona por nada além de si mesmo

Porque ninguém o ama como a solidão o fez,

O silêncio é o eco do pensamento


O eco é a voz do desejo

Daquilo que se almeja ter em matéria

Mas Narciso somente sentiu do seu ensejo

De unir-se a si uma sina deletéria


A verdade é que pessoa alguma

Manifesta aquilo que o Eu mais sonha em ter,

O espelho é a melhor companhia


Porque nas horas mais sombrias

A ausência de opinião faz a Verdade prevalecer

A qual num espelho surge somente essa - e mais nenhuma






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