Cinderela

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Espelho manchado pelo negrume do meu sangue

Lâminas atrofiadas na angústia de minha reclusão

Digo ao meu deformado reflexo: não se zangue,

Meu futuro é mergulhado num oásis de ilusão


A vida tão seca quanto a garganta de Fabiano

Grita com meu reflexo numa chicotada amarela

Do Soldado, do vômito, do ódio de um leviano

Ousado em sonhar com um amor de aquarela


Enclausurado pela estrutura de uma mente sádica,

Torturosa num corpo de desconhecida procedência

Sei que o restante de minha vida pragmática


Será um cenário de estagnada aquiescência

Sem um atrevimento pra contar história

Porque da minha vida de cinderela, resta apenas falsa memória

Livro de PoemasOnde histórias criam vida. Descubra agora