Um espírito vagante entre árvores e concretos
Boné, escoliose e incontáveis segundos
Pouco a pouco torna-se mais um objeto
Da paisagem segregada de um pequeno mundo
De um corcundo corpo bêbado em memórias
Vê-se apenas uma deteriorada carcaça
Afogada no seu livre paraíso de histórias
Esquecidas nas teias da garganta de cachaça
Protegido pela compaixão das moscas varejeiras
Amedronta o vento com sua desesperada tentativa
De frasear sua vida pela possível última vez:
"Todas as manhãs, para mim, foram as primeiras
Porque, estando descoberto, a foice da Lua minguante
Poderia, todas as noites, ceifar as dores das semanas paliativas
Desse empobrecido homem retirante
Fugido da moralmente sólida insensatez
Refugiado na companhia de densos esquecidos
Cujas pernas tornaram-se brutas raízes
Partes do lixo industrial desse cenário moralista:
Engolido pelo capital de quem nunca deveria o ter tido;
Regurgitado pelo ácido do discurso dos falsos juízes
Que ignoram os pensamentos dos de fora da sua vista"
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Livro de Poemas
PoetryEstes são apenas alguns poemas os quais escrevo, retratam principalmente sobre a vida, o homem e a sociedade. Aqui se faz presente a dor e o sofrimento, mas também a alegria e a felicidade.