Bondade

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Entre os gélidos ventos noturnos,

Vejo um vulto se contorcer,

Do silêncio, um furto

Que permito ocorrer.


Não era nada além do pão,

Que o sustentará por mais um dia,

Talvez sua última refeição,

Mas quem sabe não seria?


Na noite que se seguiu,

Um fato inédito:

Outra pessoa viu, 

Mas não havia o meu crédito.


Ele, então, foi condenado,

Sem nem reagir, se entregou,

Chorando, eu estava desolado.

Minha esperança acabou.


No jornal, oravam

Para que ele melhorasse,

Mas por que eles não mudavam?

Orei para eles se salvarem.





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